Sinergia, trabalho em equipe, treinamento, confiança e profissionalismo são palavras-chave para o bom funcionamento da Esquadrilha da Fumaça, o Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira (FAB). Experiências que também podem ser bons conselhos para os empresários da indústria e gestores de grandes empresas. Por isso, o capitão André Mayer Fontoura, 2º piloto da Esquadrilha da Fumaça, foi o convidado do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) para uma noite de troca de conhecimentos com empresários da região, na última quinta-feira (20).
Fontoura ingressou na Força Aérea no ano de 2008 e, atualmente, ocupa o cargo de chefe da Subseção de Planejamento e Controle da Seção de Operações do Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira. Ele explicou que, para que o esquadrão possa fazer as apresentações que beiram a perfeição, é necessário que os pilotos tenham disciplina, alto grau de treinamento, profissionalismo e estudo. Mas, acima de tudo, é necessário que confiem uns nos outros para que o trabalho da equipe seja o melhor possível.
— O chefe, que é o primeiro piloto, precisa confiar nos outros pilotos com menos experiência, precisa confiar no treinamento que deu ao seu time — pontuou.
Entre as lições da Esquadrilha da Fumaça que podem ser aplicadas à indústria, o capitão Fontoura destacou a confiança na equipe de trabalho e na responsabilidade de cada um, que a missão de todos é a mesma e que todos têm importância para um bom resultado final.
— Nós precisamos ter confiança na liderança e entender que as críticas não são pessoais, mas, sim, funcionais. A hierarquia precisa ser respeitada e precisamos ter humildade — destacou Fontoura.
A reunião-jantar contou com a presença de empresários, executivos e gestores de empresas da região, que avaliam como podem aplicar os conselhos nas corporações.
O coordenador de Recursos Humanos do grupo Le Grand, Andrei Comerlato, destaca que os líderes têm um papel fundamental para manter e cultivar os valores das organizações.
— Nós precisamos maximizar os valores de humanidade, respeito, disciplina, de organização. De forma que a gente consiga montar equipes competitivas, fortes, harmônicas, que se deem bem. São os conceitos que precisamos resgatá-los e colocá-los em prática de modo que tenhamos equipes cada vez mais engajadas com o que a organização precisa.
Já para a diretora da Silpa Implementos Rodoviários, Silvia Paniz, o ensinamento foi que é necessário treinamento, disciplina, comprometimento, visão e valores.
— Como o Capitão Fontoura comentou: é treino. O que mais chamou atenção é o comprometimento, tanto da equipe como da gestão — afirma.
O supervisor da empresa, Maiquel Alves complementa:
— A gente consegue associar (a fala do capitão) à rotina das empresas. O coletivo é muito importante, mas é necessário ter foco e compromisso hoje para ter resultados melhores.
No mesmo sentido, o CEO da Hyva Hidráulicos e Guindastes, Rogério De Antoni, destaca que é possível traçar um paralelo entre o treinamento da Esquadrilha da Fumaça e o dia a dia das indústrias.
— A principal mensagem que ele transmitiu foi de uma organização hierárquica, cujos valores são primordiais para a continuidade do negócio. Também existe uma questão de disciplina muito importante e, mais do que tudo, que me sensibilizou, em relação às empresas, é o nível de confiança com que a Esquadrilha da Fumaça faz suas apresentações. Ou seja, preciso ter confiança no meu colega, no meu líder.
O vice-presidente de Relações Institucionais do Simecs, Ruben Antonio Bisi, avalia que o objetivo dos eventos promovidos pela entidade, como o encontro com o capitão Fontoura, é de mostrar aos empresários o outro lado das empresas, de forma mais lúdica. A ideia, segundo ele, é estabelecer a relação entre a disciplina, hierarquia, foco, determinação e o trabalho em equipe da Esquadrilha da Fumaça com o cotidiano das corporações.
— Desde a seleção das pessoas, a qualidade de vida dessas pessoas para que elas possam realizar seu trabalho, é um paralelo que tentamos fazer com a Esquadrilha da Fumaça com o que devemos ter na empresa. O capitão conseguiu fazer uma relação de que a liderança é importante, a hierarquia é completamente diferente do que nós já tivemos no passado. O trabalho em equipe é a maior lição que tiramos daqui, que ele é a fundamentação de um bom trabalho em uma empresa — conclui Bisi.