Vendedores ambulantes que atualmente atuam de forma irregular receberão barracas da prefeitura de Caxias do Sul assim que o município criar oficialmente as regras para que eles possam conviver com o comércio tradicional. A medida integra os esforços de regularização desses profissionais, que atualmente ocupam as calçadas das principais vias do centro, especialmente a Avenida Júlio de Castilhos.
A administração já definiu três pontos ao ar livre para concentrar o comércio ambulante na área central e aguarda a entrega dos abrigos para tirar o projeto do papel. As vendas poderão ocorrer na Rua Dr. Montaury, entre a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Pinheiro Machado; na Rua Marechal Floriano, também entre a Júlio e a Pinheiro, e na Marechal, entre a Júlio e a Sinimbu.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Elvio Giani, cada um dos cerca de 100 ambulantes cadastrados no município irá receber uma barraca desmontável por meio de empréstimo — ela terá que ser devolvida caso o vendedor deixe de atuar. O material já foi adquirido, mas a administração ainda aguarda a entrega. O município, porém, não precisou comprar todos os abrigos, já que a iniciativa privada doou 70 das 100 barracas adquiridas. As outras 30 foram compradas pela secretaria ao custo de R$ 493 cada, o que totaliza R$ 14.790.
— Inicialmente pensamos neles pagarem, mas o valor aumentou muito e nem todos poderiam. Pesquisamos no país inteiro porque precisamos de um modelo que seja resistente, já que é montado e desmontado todos os dias, e também que as peças possam ser compradas individualmente, caso seja necessário. O fornecedor é do Paraná, mas está com dificuldade de entregar porque houve um vendaval naquela região e a lona está em falta — explica Giani.
A secretaria também já trabalha no decreto com regras do comércio ambulante para conseguir viabilizar o modelo a tempo das vendas de Natal. A intenção, inclusive, é ter tudo pronto até o fim do mês.
— A construção já foi feita. A última conversa que tivemos foi com o Ministério Público Federal (MPF) e eles concordam. O caminho é regrarmos, disciplinarmos e depois fiscalizarmos. É muito complicado com o comércio tradicional se não tiver regrado o ambulante, mas não é algo que se resolve em três meses — avalia o secretário.
A concentração de ambulantes em três pontos pré-definidos no centro da cidade é uma medida planejada no médio prazo para minimizar o impacto do comércio irregular nos estabelecimentos tradicionais e também permitir aos vendedores a oportunidade de obter uma renda. A longo prazo, porém, os planos são criar um centro comercial que reúna os inquilinos do atual camelódromo e os vendedores de rua cadastrados.
Em agosto, representantes da prefeitura estiveram em Brasília solicitando recursos federais para o empreendimento. Ao contrário do atual camelódromo, onde os comerciantes pagam cerca de R$ 2 mil de aluguel diretamente ao proprietário da área, a ideia é de que o novo centro de compras tenha a coordenação do município.