Na última sexta-feira (23), na divulgação dos resultados da 25ª rodada preliminar do mapa do Modelo de Distanciamento Controlado no Rio Grande do Sul, além da permanência da macrorregião Caxias do Sul em bandeira laranja pela 13ª vez consecutiva, houve uma melhora no índice final de cálculos do Comitê de Dados. Após três semanas com a média ponderada de 1,24, o índice foi reduzido para 0,99. Essa nota é a que determina a flexibilização ou não das atividades. Ou seja, de 0,5 a 1,5 é bandeira laranja. Abaixo disso, é bandeira amarela. Essa redução nos indicadores de propagação do coronavírus fez com que o governo do Estado, após debate com representantes de setores e análise do Gabinete de Crise, alterasse, a partir de decreto publicado na segunda-feira (26), alguns protocolos para indústria e eventos.
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Com relação à indústria, a partir da publicação do decreto, todos os ramos (incluindo metalmecânico, têxtil, vestuário e bebidas, tradicionais na região) poderão operar na capacidade máxima quando na bandeira laranja, desde que respeitados os protocolos obrigatórios e a portaria da Secretaria Estadual da Saúde que regulamenta a atividade desse setor durante a pandemia.
A princípio essa notícia poderia alterar a rotina dentro das empresas, no entanto, Daiane Catuzzo, diretora executiva do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Caxias e região (Simecs) explica que boa parte já estava com sua força produtiva em atuação. A exceção ainda está nas equipes administrativas, em que boa parte ainda segue trabalhando em casa, no que se convencionou chamar de home office.
– Pelo que temos conversado com os empresários, a maioria dos funcionários do chão de fábrica já estavam atuando, respeitando claro, as pessoas do grupo de risco, porque pelo tamanho de muitas das empresas é possível comportar um maior número de trabalhadores, conforme o PPCI. É diferente do caso da parte administrativa, que tinha uma limitação, por isso, as empresas optaram para que estes trabalhadores ficassem trabalhando em home office. Não fizemos uma pesquisa ainda para saber o número de trabalhadores trabalhando em casa e presencial, mas não acreditamos que esse decreto tenha um impacto grande – explica Daiane.
MARCOPOLO E RANDON
A diretora executiva do Simecs diz que a entidade está preocupada com a saúde dos trabalhadores e reforça aos empresários de que os protocolos de prevenção seguem vigentes.
– Temos reforçado às empresas que os protocolos não mudaram, ainda é preciso o uso de máscaras e de álcool em gel, além da manutenção do distanciamento mínimo, de acordo com o que prevê o governo do Estado – lembra Daiane.
Procuradas pela reportagem do Pioneiro, as empresas Marcopolo e Randon se pronunciaram por meio de notas oficiais. Em uníssono, elas defendem a mesma posição, de que essa flexibilização não deverá impactar o cotidiano profissional das corporações. A nota da Marcopolo ressalta que a empresa "não está trabalhando com a totalidade de seu quadro, visto que a demanda do mercado está abaixo de sua capacidade produtiva". Enquanto que a nota da Randon enfatiza que suas empresas "seguem reforçando rigorosos protocolos de saúde em todas as suas unidades a fim de manter a segurança de seus colaboradores".
DECRETO ESTADUAL
Alterações para o setor da indústria
A partir da publicação do decreto, todos os setores da indústria poderão operar na capacidade máxima quando na bandeira laranja, desde que respeitados os protocolos obrigatórios e a portaria da Secretaria da Saúde que regulamenta a atividade desse setor durante a pandemia.
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