E pensar que tudo começou com uma frustração. Gustavo Saccaro Laurindo ainda era consultor comercial e de franchising no ramo financeiro em uma empresa multinacional, quando teve um voo cancelado, no aeroporto de Joinville. De tanto cansar de esperar, resolveu ir até a banca de revistas e livros. Acabou comprando a obra A Revolução da Cerveja Artesanal, de Steve Hindy. Esse foi só o primeiro sinal do despertar de um novo rumo na sua vida.
– Esse livro despertou ainda mais minha curiosidade sobre o lúpulo e, depois, conversando com meus sogros, eles comentaram sobre um amigo que estaria pensando em plantar cogumelos ou lúpulo em outro Estado. Aí, na mesma época, descobri que minha bisavó plantava lúpulo para consumo próprio e suas cervejas, basicamente no mesmo local onde cultivo hoje – revela Laurindo, 34 anos, agricultor e pecuarista de São Francisco de Paula, que criou a empresa Mr. Hop.
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A partir dessa combinação entre casualidade e afetividade, ele começou a mergulhar nessa nova cultura, inclusive com a contratação de consultoria técnica particular. Abandonou o antigo emprego e passou a se dedicar ao agronegócio, com foco no lúpulo e na criação de gado.
– Nosso cultivo foi implantado em 2017, sendo um dos pioneiros e maiores do país até pouco tempo. A área ainda é considerada experimental, com 1 hectare e aproximadamente 3 mil plantas. Meu enfoque é comercial. Nossas variedades são destinadas à venda para a produção de cervejas, cosméticos e em análise para medicamentos – detalha ele.
Assim como os produtores Natanael Moschen Lahnel e Jonas Dall Agnol, Laurindo também está integrado ao programa da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
– Acredito que essa troca de conhecimento e experiência nossa, dos produtores de lúpulo, com os responsáveis técnicos da Emater e Secretaria de Agricultura será de grande relevância à cultura e, principalmente, aos futuros produtores, que terão assistência de qualidade em todo Estado, e com fácil acesso. A expectativa é grande, e faremos tudo para auxiliar os órgãos do Estado na profissionalização e disseminação do lúpulo – acredita Laurindo.
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