Fabricante de móveis corporativos de Flores da Cunha, a Caderode não tem do que reclamar de 2019. Recentemente, inaugurou sua loja em Cuiabá, Mato Grosso, elevando para 30 o número de pontos exclusivos espalhados pelo país.
A empresa tem 25 anos dedicados à inovação para oferecer soluções para ambientes criativos, funcionais e colaborativos, como cadeiras, poltronas, móveis e divisórias piso-teto. Sua unidade fabril na Serra Gaúcha emprega 150 funcionários.
O presidente Vanderlei Andrea Dondé, 50 anos, comemora o sucesso da empresa nascida de seu sonho de ter um negócio. Em 2019, o faturamento previsto é de R$ 80 milhões:
— O grande objetivo era ter um negócio que pudesse ser sustentável. Sempre acreditei no projeto, mas não imaginava que tomaria essa dimensão — admite o executivo.
A seguir, entrevista concedida ao Pioneiro:
Conte um pouco da história da Caderode?
A Caderode surgiu do meu sonho de ter um negócio que me permitisse construir, materializar uma ideia. Com a expertise adquirida ao longo dos anos, em outras vivências profissionais, decidi empreender no ramo de mobiliário corporativo, começando com o segmento de cadeiras para escritório. Esse era um ideal meu. Então, 25 anos atrás, comecei a empreender. Tinha um amigo, parceiro de negócio, e dois colaboradores. Hoje, a Caderode emprega cerca de 150 colaboradores diretos e, indiretamente, algo em torno de 800 profissionais, considerando representantes e as equipes ligadas às lojas exclusivas da marca, cerca de 30 em todo o país. Felizmente, encontrei apoio na família e hoje também conto com a presença da minha esposa na empresa, que sempre esteve ao meu lado trabalhando e vibrando pelo sucesso da marca, e tudo foi evoluindo.
Qual a previsão de expansão em 2019? Há outras lojas previstas?
Constantemente revisitamos o Planejamento Estratégico para atender nossa meta de realinhamento de nichos e negócios no segmento de móveis de escritório. Em paralelo, também trabalhamos com inovações. Em 2019, lançamos produtos para atender especificamente o segmento de hotelaria. Neste ano, também devemos lançar e implantar um projeto de móveis residenciais, no estilo de ambientes personalizados, com previsão de chegar ao mercado ainda em 2019. Esse novo negócio tem como objetivo concretizar a marca de 12 lojas próprias já em 2020.
Os anos de crise impactaram no resultado da empresa?
Nosso país é formado de altos e baixos, o empresário está acostumado a lidar com essas oscilações. Os anos de crise assustaram a empresa e, claro, afetaram o desenvolvimento de alguns projetos porque exigiram demasiada cautela na tomada de decisões. Hoje, vejo que estamos saindo de uma etapa de medo e apreensão para um momento mais positivo. Tanto acreditamos nisso que estamos investindo em novos segmentos de negócio.
O momento do mercado brasileiro é de otimismo ou de cautela?
A cautela é importante, mas não podemos deixar de ser ousados em nossos negócios. O otimismo que vemos despontar, ainda que de forma embrionária, está represado há muito tempo, o empresário quer investir, crescer. Acredito que precisamos ser otimistas, acreditar nos projetos e concretizá-los.
Como chegar às bodas de prata num país que não favorece o empreendedor?
Nossa região tem uma forte cultura empreendedora, que originou valiosos modelos de bons negócios, em diversos segmentos, que servem de inspiração. Somando as lições extraídas a partir desses exemplos às nossas expertises profissionais e pessoais, a Caderode surgiu com o propósito de se consolidar como um negócio sustentável. Para isso, a direção sempre olhou, em primeiro lugar, para a empresa, com uma visão de negócio, buscando concretizar alianças com parceiros. Esses alicerces foram a base não só para esses 25 anos, mas são o sustento para sua continuidade. Outro ponto fundamental é a gente gostar daquilo que faz. Depois, também é importante o entendimento da responsabilidade não só econômica, mas sobretudo social, que está atrelada a um negócio: geração de renda para o município, emprego para inúmeras famílias. Manter esse circuito funcionando com prosperidade por 25 anos é motivo de muito orgulho.
Quais as principais conquistas do setor?
Na área moveleira, tivemos boas conquistas do ponto de vista tecnológico, de implementação de tecnologia, muito como fruto das missões técnicas realizadas na Europa, das feiras e do trabalho das entidades representativas. Elas ajudaram, inclusive, a colocar seus representados no centro da informação, da tecnologia e do design. Hoje, o móvel do Brasil é muito respeitado no Exterior, sobretudo no que diz respeito ao design. A cadeia produtiva também se aperfeiçoou e, somada aos investimentos das empresas em tecnologia e design, temos um produto brasileiro de excelente qualidade.
Quais os principais desafios do setor?
O desafio é ajustar o produto a um mercado que está se reposicionando. Isso porque os padrões de consumo mudaram e estão avançando a uma velocidade muito rápida: o perfil das famílias, as prioridades e necessidades de compra. Portanto, o desafio é perceber essa transformação. É se antecipar à mudança e sair na frente. Outra provocação importante para as marcas é descobrir como fazer algo diferente dentro do mesmo segmento de negócio. O que vai fazer a diferença é a forma pela qual você vai transmitir confiança ao seu cliente: entregando o móvel na data certa, garantido a assistência e a durabilidade, evidenciando suas funcionalidades.
Que dicas daria a um jovem empreendedor?
O princípio de tudo é ter um sonho. Em cima disso, comece a materializá-lo: descubra de que forma você vai construir o que deseja e alcançar sua meta. E, então, persista, sem desmotivar diante das dificuldades, até torná-lo realidade.