A decisão da prefeitura de Caxias do Sul de ficar de fora da programação do Dia do Vinho, que se inicia na próxima sexta-feira (17), foi criticada pelo presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), Ivanir Gasparin, durante a reunião-almoço desta segunda-feira (13). Gasparin, que havia se reunido pela manhã com a secretária de Turismo, Renata Carraro, para tratar do assunto, manifestou "desconforto e discordância" com a ausência do município da festividade.
— O setor vinícola é um dos carro-chefes da nossa economia, o que torna ainda mais incompreensível essa decisão da prefeitura em não participar e dizer que o recurso do Dia do Vinho será priorizado para outras ações. Esta não nos parece uma justificativa plausível e aceitável. Esperamos sinceramente que o prefeito e a secretária de Turismo revejam essa posição e participem da data, para não perdemos uma oportunidade não só de mostrar o nosso potencial, mas de mostrar sinergia e engajamento com a região, como forma de alavancar o turismo — discursou.
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Conforme Gasparin, o Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria — Região Uva e Vinho (Segh) e Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), além de prefeitos da região, solicitaram que a CIC intercedesse junto à prefeitura de Caxias pra tentar convencer o Executivo a integrar a programação. Entre as justificativas apresentadas durante o encontro, que contou também com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego (Sdete), Emílio Andreazza, está a de que realizar um evento do tipo na primeira semana do mês é melhor — o município planeja uma feira do vinho em outra oportunidade.
— Se você fizer na mesma época você trabalha com sinergia e essa é a ideia empresarial, essa é a ideia da CIC. Se você faz uma propaganda nacional, estadual, você faz a cidade se incorporar. Da semana que vem até a outra, as cidades que rodeiam Caxias, praticamente todas, estarão fazendo promoções em restaurantes, nas vinícolas, e Caxias está fora. Caxias é líder na Serra, mas tem de se comportar como líder — ressaltou Gasparin, para a imprensa, após a reunião-almoço.
Essa é a primeira vez, em 10 edições, que Caxias estará fora do Dia do Vinho — que não é um dia, mas compreende duas semanas de programação, de 17 de maio a 2 de junho. Conforme a secretária Renata Carraro, em matéria publicada no dia 25 de abril, o valor de R$ 3 mil cobrado para aderir à programação "será priorizado para outras ações importantes dentro do Turismo, como capacitações do setor, participação em feiras do trade turístico e impressão de material de divulgação da cidade".
Em 2018, Caxias também não investiu no Dia do Vinho, mas o Segh resolveu bancar a cota para manter a cidade em evidência, pelo impacto negativo que isso causaria. Em 2019, a decisão do comitê organizador, que abrange inúmeras entidades ligadas à cadeia vitivinícola, resolveu que isso não seria justo com os demais municípios, como Nova Pádua, que assinou a adesão nesta edição.
Participam do Dia do Vinho Brasileiro mais de 40 municípios em em seis Estados — Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo e os estreantes Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Durante 15 dias, haverá atividades simultâneas em cidades e roteiros turísticos, restaurantes e hotéis. Vinícolas comercializarão vinhos com preços promocionais e promoverão degustações temáticas. Monte Belo do Sul, por exemplo, realizará o 10º Polentaço, ação que integra a 8ª Festa do Agricultor, nos dias 18 e 19 de maio.
A lei que instituiu o Dia do Vinho no Rio Grande do Sul no primeiro domingo de junho de cada ano foi promulgada em 12 de dezembro de 2003. O projeto partiu do então deputado estadual Iradir Pietroski.