É comum ouvir as pessoas comentarem que conseguiram o tão sonhado aumento de salário, mas mesmo assim não conseguem salvar dinheiro no fim do mês. Ou que terminaram de pagar a prestação do carro e não sobra nada, além do famoso "não faço ideia para onde o meu pagamento vai".
Ricardo Hiraki Maila, que é administrador, pós-graduado em gestão financeira pela FGV e pós-graduado em gestão de negócios pelo Mackenzie, separou os pontos mais em comum ao atender pessoas em situações como essa.
Confira quais são e aproveite os diagnósticos para ter finanças pessoais mais saudáveis e seguras.
1. Não conhecem o próprio orçamento
Sim, é muito grande a fatia das pessoas que não sabem o quanto ganham no mês ou no ano. Já notaram como os americanos por muitas vezes falam sua receita anual? Pois é, eles sabem em detalhes seu orçamento. A primeira coisa a sugerir é que planejem o mais próximo da realidade as receitas e despesas previstas para os próximos 24 meses. Coloque mês a mês as receitas (se for variável, trabalhe de modo conservador), também as despesas fixas e suas dívidas parceladas. E o consumo variável, esse que é o grande vilão, coloque um teto máximo de gasto que possibilite ter espaço ainda para seus objetivos, que é juntar algum dinheiro (salva dinheiro).
2. Não têm prioridades
Não basta organizar e planejar o orçamento, depois enxugar os supérfluos, se no fim não dará maior importância ao que é mais relevante. Se deixar para guardar somente no fim do mês, isto é, se sobrar, as chances são grandes de ocorrer mais uma decepção. Significa que depois de saber o quanto quer ou precisa salvar, execute isso logo quando for possível, nas primeiras entradas de receitas.
3. Não sabem onde gastam
Após viabilizar os dois itens anteriores, é importante também saber exatamente onde gasta. Especialmente o consumo variável (lembra do vilão?). Anote e classifique em categorias tudo o que consome, para que em meses futuros possa olhar o passado e readequar os hábitos. Talvez parte da solução venha na troca do caminhar pelo shopping pelo parque público.
4. Não têm uma proposta pessoal de mudança e evolução
São dois em um aqui. É preciso mudar hábitos como esses listados acima, como também é preciso mudar com algo planejado. Planejar não significa que acontecerá, mas que está trabalhando para aumentar as possibilidades. Então, uma mudança que é óbvia, mas que facilita tudo, é aumentar as receitas. Não é simples, porém, investir em educação, ter tempo para tentar coisas novas, focar em suas atividades, etc, podem abrir novos oportunidades.
5. Não têm motivação
Não estamos falando de pessoas que já refletiram muito sobre e preferem não fazer a salva, mas sim daqueles que desejam juntar dinheiro, mas ainda não viram motivação. Sempre digo que a sensação de segurança é ótima, por exemplo: saber que no momento mais delicado da velhice terá um relativo conforto aposentado; se houver uma situação inesperada, como perda de emprego, pode se manter através da reserva; ter dinheiro salvo gerando uma segunda fonte de receitas, etc. Tudo isso pode ser motivação, mas cada pessoa precisa se conhecer e estabelecer seus objetivos.