Enquanto as grandes redes de farmácias ganham mais espaço no mercado caxiense, os estabelecimentos de menor porte vivem uma situação delicada. Nos últimos anos, empresas locais tiveram de rever a estratégia de mercado e, em alguns casos, até fecharam as portas por não conseguirem ser competitivas. De acordo com a Delegacia da Receita Federal em Caxias do Sul, entre 2014 e 2018 houve 67 registros de baixas de empresas do setor na cidade.
No entanto, em meio a esse cenário, ainda existem marcas de Caxias que procuram resistir. Uma delas é a Farmácia Central, que possui duas unidades na cidade.
No mercado caxiense desde a década de 1970, a Farmácia Central viu a maioria dos seus concorrentes do passado saírem de cena. O atual gerente e proprietário do negócio, Francisco Grazziotin, filho do fundador da marca, constata que o momento do segmento é pouco favorável para as pequenas empresas.
– As grandes redes têm um poder muito forte de compra (de medicamentos) e, consequentemente, de venda. A gente vem sofrendo, não está fácil subsistir. A saída é oferecer alguma coisa além de preço – aponta Grazziotin.
Neste sentido, Grazziotin conta que, como é difícil competir com os preços praticados pelas grandes empresas, a aposta da empresa foi por incrementar as opções de produtos nas prateleiras, disponibilizar atendimento 24 horas por dia e investir na oferta de serviços à população, como aplicação de injetáveis. Desta maneira, o empresário salienta que é possível, sim, abocanhar uma fatia do mercado local.
– Fazendo um bom trabalho, acredito que o sol nasce para todos. Tem de saber administrar os custos. Uma vez tínhamos lucratividade maior, mas nos adaptamos e reduzimos as despesas – argumenta.
Hoje, a Central conta com aproximadamente 35 funcionários em suas duas lojas. Alguns anos atrás, eram cerca de 45 colaboradores. O ajuste na equipe foi uma das medidas tomadas após a queda da margem de lucro, em função da crescente competição com as grandes redes.
O fato de ser uma empresa com raízes caxienses representa um diferencial para a empresa, na percepção de Grazziotin. Ele constata que há uma série de clientes fiéis, que acompanharam o surgimento da farmácia há quase 40 anos e que até hoje compram produtos nas lojas da marca.