Os índices são animadores. Mesmo com a crise ainda que assola o país, os números da economia caxiense vem "despiorando" mês a mês e a expectativa dos economistas é de que bem antes do final do ano o desempenho entre, finalmente, no oceano azul. Ou seja, alcance a tampa do buraco e comece a ter um crescimento real. Os índices de julho foram divulgados hoje à tarde pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e indicam que em relação a julho de 2016, o crescimento foi de 9,8%. No acumulado dos últimos 12 meses, ainda estamos no vermelho: - 2,4%.
– A tendência é romper a linha do zero até o que até o final do ano e fechar com números positivos – garante o economista Alexandrer Messias.
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O também economista Astor Schmitt fez uma avaliação dos dois extremos do cenário econômico. Os sinais negativos envolvem a crise ética que o Brasil está vivendo e que continua "bombando":
– Parece que não tem mais nada a ser revelado que não seja podre – desabafa.
Entram na lista das notícias ruins, as reformas da Previdência, Tributária e Política.
– Elas patinam. Não andam – denuncia.
Diante disso, cada um tem que se defender como pode. A dica de Schmitt é que cada empresário encontre o seu jeito de sobreviver, sem depender das decisões de Brasília. Entre os pontos positivos está a visão que os estrangeiros têm do Brasil.
– O humor deles está muito melhor que o nosso. Eles continuam acreditando e investindo no Brasil – declara.
Outros pontos favoráveis destacados pelo economista são: o ano espetacular do agronegócio, o câmbio estável e a inflação e os juros em queda.
– Tudo isso empurra a economia para frente. Ainda não sabemos se esta decolagem terá um voo tranquilo, mas é uma decolagem – destaca.
E por conta disso, os números de Caxias continuam "despiorando."
Comércio permanece retraído
Ao contrário da indústria e dos serviços, o comércio caxiense continua no vermelho. Fechou com queda de 0,6% no acumulado dos últimos 12 meses, e - 4,1%, em relação ao mês de junho. O resultado já era esperado, já que tradicionalmente as vendas de julho são consideradas fracas. Com a ausência de dias frios, a situação piorou ainda mais.Em relação a julho de 2016, o crescimento foi de 11,03%.
– A comparação é feita com um mês fraco, pois no ano passado a crise estava mais forte – lembra a economista Maria Carolina Rosa Gullo.
O resultado do setor quebra a sequência de alta registrada nos meses de maio e junho e expõe o fato de que a recuperação do setor depende do desempenho de outros setores, como a indústria.
O destaque da evolução do setor ficou com a venda de materiais de construção que cresceu 42% em relação ao mês anterior. Os produtos químicos aumentaram 31,5%.