O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu ontem reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. Esta é a quinta vez seguida que os diretores do órgão decidem pelo corte no juro básico, que agora atingiu o menor patamar desde outubro de 2014. A decisão foi unânime.
O presidente da instituição, Ilan Goldfajn, já havia sinalizado em entrevistas que o corte na Selic iria acelerar para 1 pp, considerando a projeção de inflação para o fim deste ano, que deve ficar em 3,6%. Na reunião de fevereiro, o BC decidiu pelo corte de 0,75 pp, assim como na reunião anterior, no mês de janeiro.
O grande pano de fundo para o corte mais agressivo é a inflação comportada. Em comunicado, o BC diz considerar adequada a aceleração na redução dos juros, mas destaca o "alto grau de incerteza no cenário externo" e "a aprovação das reformas", principalmente as que terão impacto nas contas do governo, como fatores que determinarão o patamar da Selic nos próximos meses.
Por outro lado, o BC afirma que há um choque de oferta favorável nos preços dos alimentos, o que deve contribuir para uma queda ainda maior nas expectativas de inflação.Em relação aos indicadores econômicos, o comunicado diz que o conjunto analisado na decisão "permanece compatível com estabilização da economia no curto prazo". Assim, o órgão considera que a retomada deve acontecer ao longo de 2017.
Economistas consultados pelo Boletim Focus do BC reduziram a previsão para o IPCA neste ano de 4,10% para 4,09%. O ajuste também afeta o cenário para o próximo ano e, após 36 semanas de previsões estáveis, a estimativa para inflação de 2018 caiu de 4,50% para 4,46%. Com isso, o mercado espera inflação abaixo de 4,50% nos dois anos.Até Michel Temer comemora essa tendência dos preços.
Nota do Planalto afirmou que "a reunião de junho do CMN avaliará a possibilidade de alteração do centro da meta de inflação para 2019". No governo, o corte mais forte pode amenizar parte da pressão sobre o BC. Além disso, a notícia de que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer pode demorar colaborou para o ambiente pró-corte de juros.
Copon
Banco Central reduz taxa básica de juros para 11,25% ao ano
A redução confirma a expectativa da maioria do mercado financeiro
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