Boa parte dos funcionários da empresa Guerra S.A (fábrica dois), de Caxias, decidiu paralisar as atividades na manhã desta quinta-feira. O protesto na empresa que está em recuperação judicial ocorreu devido a ações de corte de custos que a direção pretende implantar.
Entre as medidas previstas pela empresa, segundo Claudecir Monsani, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Caxias, está a retirada dos ônibus fretados que transportam os trabalhadores – eles passariam, portanto, a utilizar o transporte público da cidade.
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– Na semana passada, a Guerra procurou o sindicato para avisar sobre a possibilidade de trocar a forma de transporte. Falamos que isso era uma questão que deveria ser decidida junto aos trabalhadores, com avaliação deles, para não causar transtorno para ninguém. Acabou que ontem eles foram avisados da troca como sendo definitiva, de forma autoritária – conta Monsani.
Segundo o advogado da empresa, Angelo Coelho, a troca de troca de transporte ainda está em estudo.
– A Guerra está se reestruturando e cortando gastos para preservar os empregos. Mas nada está definido. A paralisação foi um ato infundado – avalia Coelho.
Os funcionários também teriam sido prejudicados com um aumento no plano de saúde seguido de corte em vários serviços médicos, então decidiram paralisar. Segundo o advogado, o repasse de reajuste foi menor que o autorizado pela Agência Nacional de Saúde.
Ainda pela manhã, uma reunião entre representantes da empresa e do sindicato dos trabalhadores foi realizada. Conforme o presidente do sindicato, uma comissão de trabalhadores foi formada para acompanhar a situação.
O encontro definiu que a Guerra irá analisar, em até 15 dias, as reivindicações dos funcionários. Por enquanto, o transporte segue sendo fretado, com ônibus da empresa. Depois da reunião, os funcionários encerraram a paralisação e retornaram ao trabalho por volta das 11h.
A saber: A Guerra S.A. Implementos Rodoviários teve seu pedido de recuperação judicial aprovado em julho de 2015. A dívida que forçou o requerimento estava avaliada em R$ 212 milhões na época. O passivo envolve especialmente financiamentos em bancos. Em 2014, a média da Guerra era de um faturamento de R$ 37 milhões por mês, valor que caiu para R$ 17 milhões mensais em 2015.
Protesto
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