Impulsionado pelas melhores margens financeiras e receitas de serviços, o Banrisul fechou o primeiro semestre de 2016 com um lucro líquido de R$ 389,6 milhões, 14,6% acima do mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o resultado também foi ajudado pela leve queda da inadimplência e o ganho do banco chegou a R$ 201,5 milhões, 4,5% acima de igual intervalo de 2015.
Reflexo da economia em retração, o saldo das operações de crédito do banco estatal gaúcho foi de R$ 29,8 bilhões em junho, 4,2% abaixo de 12 meses atrás. O desempenho foi prejudicado pelos financiamentos a longo prazo, que na mesma comparação caíram 21,7%. Por outro lado, a principal aposta do Banrisul, o crédito à pessoa física – puxado pelo consignado – cresceu 0,9%, para R$ 11,2 bilhões.
Leia mais
Estado espera receber R$ 1,2 bi do Banrisul para pagar 13º de servidor
Lucro líquido do Banrisul atinge R$ 188 milhões no trimestre
A conjuntura econômica do país levou a instituição a revisar as previsões para o ano. A projeção para a carteira de crédito era de uma variação nula até um crescimento de 4%. Agora, o intervalo esperado é uma queda de 4% e, no cenário mais otimista, um número igual a dezembro de 2015. A expectativa piorou principalmente para o crédito pessoa jurídica. Era esperado um desempenho semelhante ao da carteira total, mas a perspectiva passou a ser uma retração de até 19%. Apenas a pessoa física tem um cenário mais otimista, com a possibilidade de crescer entre 4% e 8%, novamente beneficiado pelo consignado. Na pessoa jurídica, no entanto, a sensação é de que a tendência é melhorar, diz o vice-presidente Irany de Oliveira Sant´anna Junior.
– Neste momento, sentimos que está estabilizando e, para o ano que vem, a nossa expectativa é mais positiva – diz Sant´anna Junior.
Controlada do banco, a Banrisul Cartões teve lucro líquido de R$ 95,5 milhões no semestre, 29% acima do verificado ao final dos seis primeiros meses de 2015, representando quase um quarto do resultado do grupo no semestre.
– Isso mostra a clara vocação do banco em crescer no varejo – observa o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, que classifica a empresa com um braço promissor do banco
Outro episódio importante para o Banrisul no semestre foi a conclusão da negociação, em junho, para a compra da folha de pagamentos do funcionalismo público estadual, no valor de R$ 1,25 bilhão. A despesa entrará no balanço do banco, diluída, ao longo dos próximos 10 anos.
Após crescer ao longo dos últimos trimestres, a inadimplência parece estar estagnando, avalia a direção do Banrisul. Os índices com um prazo superior a 90 dias chegaram em junho em 4,81%, acima de dezembro (4,32%). mas já abaixo do fechamento do primeiro trimestre de 2016 (4,88%). Com o leve recuo, as provisões para operações de crédito consideradas arriscadas caíram de R$ 425 milhões no final do primeiro trimestre para R$ 309 milhões em junho.
O parcelamento do salário do funcionalismo do Executivo, diz o banco, não tem reflexo na taxa de inadimplência. Isso, garante a instituição, porque, embora atrasado, o pagamento ainda ocorre dentro do mês.
Os investidores reagiram bem ao balanço. Ao final do dia, as ações do Banrisul negociadas na Bovespa subiram 1,68%.
OS DESTAQUES DO SEMESTRE
Margem financeira
1º semestre 2015: R$ 2,14 bilhões
1º semestre 2016: R$ 2,53 bilhões
+18,6%
Ativos Totais
1º semestre 2015: R$ 63,76 bilhões
1º semestre 2016: R$ 67,86 bilhões
+6,4%
Patrimônio líquido
1º semestre 2015: R$ 5,84 bilhões
1º semestre 2016: R$ 6,44 bilhões
+10,2%
Carteira de crédito total
1º semestre 2015: R$ 29,79 bilhões
1º semestre 2016: R$ 31,09 bilhões
-4,2%
Lucro líquido
1º semestre 2015: R$ 339,9 milhões
1º semestre 2016: 389,6 milhões