Maior feira de móveis e complementos da América Latina, a 20ª edição da Movelsul está menor, mas muito mais em fechar negócios. É o que garante o presidente do Sindimóveis, Henrique Tecchio. São cerca de seis mil visitantes a menos, mas com a mesma capacidade de transações: estima-se a movimentação de US$ 300 milhões, em um período de um ano. US$ 35 milhões estão previstas para exportações.
Quem circula pelos corredores da Fundaparque, em Bento Gonçalves, pode conferir lançamentos no setor mobiliário. São compradores de diversos cantos do mundo. Isto porque a desvalorização do real transforma o mercado brasileiro em potencial exportador, e elevou o número previsto de representantes de outras nacionalidades a desembarcarem em Bento Gonçalves. Estavam confirmados 14 países convidados para o projeto Comprador, mas pelo menos 36 já fizeram o check-in na feira.
- Não nos importa o número de visitantes. Prevemos um público menor em função da situação da economia das indústrias, mas quem está aqui para comprar, chega com mais vontade de fazer negócio. Não vem para brincar - resume o presidente do Sindmóveis.
O foco nas vendas para outros continentes é novidade na Movelsul, e pode também reverter o cenário de perda de liderança do Rio Grande do Sul no quesito exportação de móveis. Em 2015, o setor amargou queda de 15,4% nos embarques, de acordo com dados da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). Empresários da Argentina, Chile e Colômbia são visitantes cativos da feira, afirma Tecchio.
No entanto, países como Marrocos, França e Moçambique incrementam o leque de negociações. Além da moeda favorecer compras de produtos brasileiros, outro importante quesito atrai o comprador estrangeiro: o conceito do mobiliário nacional é oposto ao do europeu, por exemplo.
- Aqui oferecemos soluções para todos os ambientes. O comprador é atraído por conjuntos completos para cozinha, sala, banheiro. Serviço completo com um mesmo fornecedor. E sempre otimizando espaços. Isto está se tornando tendência e sendo copiado por outros países - explica o diretor internacional do Sindimóveis Luiz Cesar Girardi.
Empresas apostam na segmentação
Não é novidade que produtores de móveis aguardem a Movelsul para lançar linhas e produtos com conceitos diferentes, aproveitando a visibilidade da feira. No entanto, nesta edição, pelo menos quatro empresas lançam novas marcas para atingir nichos de mercado com demanda pulsante. A Bartzen lança a marca Casa e Poesia, a Quiditá chega com a marca Almandra, a Belmax é incorpada à marca da Sandrin e a Caemmun Moveleira chega com a Lider Casa. São pelo menos dois diferentes mercados em que as marcas apostam: nichos das classes A e C. Cada empresa escolheu um público que não atingia e investe em uma nova linha de fabricação para driblar a crise.
- Testamos nas lojas Bartzen os produtos da Casa e Poesia para ver o que o cliente gostava ou não. Após este amadurecimento, focamos em um público nível B ou C, com produtos cerca de 40% mais baratos que os fabricados pela Bartzen, que não concorrem mais com preço, e sim com qualidade - detalha Paula Kirch, representante da unidade de Bom Princípio.
Assim como o espaço da Casa e Poesia na Movelsul, a empresa bento-gonçalvense Sandrin chega com a Belmax em um estande disputado pelos visitantes. A novidade da Belmax é o segmento de móveis seriados, e não planejados, como é o foco da empresa Sandrin. O público também é mais econômico: pretende-se atingir a classe B e C.
Novidades
Sustentabilidade: O tecido reciclado surge como nova opção de estofamento das cadeiras da bento-gonçalvense Prima Design. Feito a partir de retalhos da indústria têxtil e de garrafas Pet, este tecido é produzido com matérias primas renováveis, dispensando o uso de componentes químicos e água em sua fabricação, com zero emissão de carbono.
Tecnologia ao público classe C: A empresa Caemmum, maior estande da feira em 400 metros quadrados, aposta em tecnologia e móveis compactos com a marca Lider Casa. Móveis com carregador de celular por indução já instalado na estante, mesa de cabeceira que vira armário, gaveta que vira bandeja e outras novidades são apresentadas. Sono elevado ao nível máximo: Três das seis empresas ligadas ao Instituto Nacional de Estudos de Repouso (INER) expõem na Movelsul o colchão S&R Victory, com tecnologia que garante resiliência e maciez ao corpo. É a primeira vez que marcas se unem e fabricam o mesmo produto. Participam a Castor, AmericanFlex e F.A Colchões.
Monte seu móvel: roupeiro ID é a estrela da Móveis Carraro, que permite o consumidor montar prateleiras, gavetas e nichos de três maneiras diferentes, por meio do sistema monta e remonta.
Aço e economia: Cozinha Pop Telasul é opção barata e inédita em cozinha em aço que chegará ao mercado em preço de até R$ 1 mil. É possível adquirir o conjunto ou kit completo.