Embora comemore o crescimento em 2015 com relação ao ano anterior, o setor vitivinícola analisa com preocupação o cenário para os próximos meses. No ano passado, o volume de comercialização de produtos derivados da uva e do vinho aumentou 6,9%. Mas, para 2016, a perspectiva é de diminuição das vendas. As informações são da Gaúcha Serra.
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O diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, considera que são dois os principais fatores para um ano que se desenha de perdas. O primeiro é a diminuição da safra que será colhida. A Embrapa estima quebra de 65% da produção de uva na Serra, por exemplo.
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- Isso significa que vai haver menos produtos em oferta. Mesmo havendo estoque, não vai haver uma disponibilidade para o mercado na mesma quantidade que os anos anteriores. O segundo motivo é que já iniciamos o ano com três mudanças na tributação: aumento do ICMS; aumento do IPI - que antes tinha um valor fixo e, agora, passa a 10% do valor de saída da vinícola; e a chamada emenda constitucional 87, que em muitos casos aumentou em 30%, 40% o valor final do produto para o consumidor que compra pelas vias eletrônicas - disse.
Com essas mudanças, a perspectiva é de aumento do valor dos produtos e, consequente, redução do consumo. A retração econômica do país também deve influenciar, ainda que não de forma definitiva.
Em 2015, o produto com maior crescimento no volume de vendas foram os sucos de uva prontos para consumo, com um índice de 30,5% maior de comercialização em relação a 2014. Outro destaque positivo foram os espumantes, com aumento de 11,9%.
Economia
Setor vitivinícola projeta queda nas vendas em 2016
Quebra na safra e mudanças de tributação são considerados os principais motivos para a perspectiva pessimista
Flavia Noal
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