Chegou o Natal, e com ele pedidos diversos de presentes, mas um é unânime para todos os caxienses: que a crise saia de cena e dê espaço à retomada econômica. Sobram motivos para que esse seja o desejo geral, já que o ano na cidade encerrará com mais de 10 mil vagas fechadas, além de prejuízos acumulados próximos de 20%. Infelizmente, porém, o cobiçado presente não está sendo entregue e sequer tem previsão de abandonar o saco do Papai Noel.
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Mas o que, afinal, tem emperrado essa recuperação? Maria Carolina Gullo, diretora do Centro de Ciências Sociais da Universidade de Caxias do Sul (UCS), considera que uma série de fatores impedem a retomada, mas cita como o mais urgente a ser resolvido a falta de definições na política:
- Essa instabilidade no Congresso e especialmente na Presidência é muito prejudicial. A pergunta "quem vai ser presidente?" precisa ser respondida logo, independente do lado político - analisa, referindo-se ao processo de impeachment.
A economista lembra ainda que, com a mudança no cargo de ministro da Fazenda, não está claro o rumo da economia do país. O perfil e as decisões de Nelson Barbosa, acredita, serão determinantes para o mercado definir o caminho a ser tomado.
Essas incertezas políticas não são recentes: desde o início do ano, especialistas dizem que o país passa por uma "crise de confiança" estimulada pelas indefinições do governo envolvendo juros e condições de financiamento, além de denúncias de corrupção, o que vem travando consumo e investimentos.
As demissões também são reflexo disso, ressalta Alexander Messias, diretor de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias:
- Durante a crise de 2009, os postos de trabalho não caíram em Caxias, embora a economia apresentou queda de 5,1%. Se acreditava em uma recuperação rápida, que realmente existiu, e por isso não houve impacto. Neste ano, o mercado de trabalho já apresenta baixa de 7,4%, justamente porque não há confiança de que vai melhorar logo - analisa.
A volta da confiança no mercado, portanto, que será consequência de um governo mais seguro e previsível, aparece como fator fundamental para que a retomada econômica seja entregue como presente no próximo ano.
Recuperação não veio
Especialistas analisam o que emperra retomada econômica em Caxias
Presente de Natal almejado por todos não está sendo entregue
Ana Demoliner
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