Dívida brasileira e dólar alto são entraves para liberação de financiamento a Caxias

Pelo menos dois entraves burocráticos ainda precisam ser superados até que Caxias do Sul veja na conta os U$ 50 milhões de empréstimo para obras do município. O financiamento foi aprovado em fevereiro pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para o asfaltamento de estradas do interior e a construção de dois viadutos. Um deles vai ficar na Perimetral Norte com a BR-116, enquanto o outro vai desafogar o trânsito no entroncamento da Perimetral com a Rua Atílio Andreazza. O pacote inclui ainda a construção de uma rotatória e uma passarela no acesso ao bairro Planalto, na BR-116. As informações são da Gaúcha Serra.

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Apesar do empréstimo já estar aprovado, colocar as mãos no dinheiro não é tão simples. Por ser um financiamento internacional, a operação precisa ser aprovada pelo governo federal, já que os valores entram na dívida externa. Até agora, o empréstimo já foi autorizado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) do Ministério do Planejamento e pela Secretaria do Tesouro Nacional. Até então, uma das etapas ainda pendentes era a aprovação pelo Senado.

Segundo o prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho, um dos entraves que impedem a liberação do dinheiro é uma dívida que o Brasil tem com a própria CAF. Conforme ele, é preciso que o país faça um aporte de recursos à instituição para que novos financiamento sejam liberados. O outro problema é o valor do dólar. A CAF exigiu de Caxias uma contrapartida de U$ 50 milhões em obras para liberar os recursos. Na época do projeto, com o dólar a R$ 2,15, as obras na cidade atingiam o valor. Com o dólar perto dos R$ 4, o volume de obras atinge atualmente cerca de U$ 30 milhões, segundo Alceu.

Nesta semana o prefeito se reuniu em Brasília com representantes da Secretaria do Tesouro Nacional e da CAF para ajustar as cláusulas do contrato. A intenção foi negociar uma solução para a liberação dos recursos.

- Discutimos cláusula por cláusula. O risco (de os recursos não virem) existe, mas são muito pequenos. Eu diria que, em uma escala de 1 a 10, está em 8,5 pela liberação - acredita Alceu.

Agora, a operação vai voltar a ser analisada pela Secretaria do Tesouro Nacional e pela Cofiex. A expectativa é de que a resposta seja dada até o final da semana que vem.