Como reflexo direto da desaceleração na economia, o mercado de trabalho caxiense vem sendo enxugado em proporções bastante expressivas. No acumulado de 12 meses, 13.084 vagas foram fechadas na cidade, o que representa mais de mil - cerca de 1.090 - postos encerrados por mês no período. Somente em 2015, já são 8.276 oportunidades a menos.
No mês passado, conforme dados divulgados pelo Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), foram 1.090 vagas encerradas em Caxias. É o pior setembro desde 2003, ano que o Ministério do Trabalho e Emprego iniciou os levantamentos mensais. Foi também o único desse histórico que apresentou saldo negativo entre admissões e demissões (veja abaixo).
- Setembro foi o sétimo mês consecutivo que registrou saldo negativo de empregos em Caxias. Desde março, todos os meses ficaram no vermelho. As perspectivas para o último trimestre, infelizmente, não são de melhora, já que historicamente as empresas demitem mais no final do ano. A única questão que talvez amenize a situação é que algumas empresas não têm mais margem para desligamentos sem comprometer a produção - analisa Adalberto Dornelles Filho, pesquisados do Observatório do Trabalho.
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A indústria, como o esperado, lidera os fechamentos em Caxias, com mais de 7 mil vagas encerradas no ano. Somente no setor metalmecânico, já são 6,5 mil postos a menos neste ano, conta Getulio Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). A expectativa é que, até dezembro, outras duas mil demissões sejam registradas no segmento.
- O final do ano é um período com muitos custos, porque as empresas pagam férias e 13º salário. Em função disso, e como não há expectativa de melhora, as demissões não vão parar, a menos que ocorra algum fator bem inesperado - explica Fonseca.
Segundo o executivo, o setor metalmecânico conta hoje com 39,7 mil trabalhadores. Desde setembro de 2013, momento em que os sinais de retração começaram nas indústrias da cidade, já são 16 mil vagas a menos. O patamar atual, lembra Fonseca, é o mesmo de cerca de 10 anos.
Além das demissões na indústrias não terem previsão de parar, outro agravante para o mercado de trabalho caxiense neste final de 2015 é o comércio. Normalmente, o setor contratava 800 temporários nos últimos meses do ano para reforçar o atendimento e, dessa vez, entidades que representam lojistas projetam apenas cerca de 300 oportunidades. No ano, o comércio caxiense já encerrou 1.019 postos de trabalho.
Mercado de trabalho
Caxias registrou, no último ano, mais de mil demissões por mês
No acumulado de 12 meses, 13.084 vagas foram fechadas na cidade
Ana Demoliner
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