Quando a retração econômica começou em Caxias, há mais de um ano, a área industrial era a principal afetada com pedidos em baixa e estoques em alta. Os especialistas, porém, avisavam que, cedo ou tarde, a crise chegaria para todos, já que setores como comércio e serviços são bem dependentes da renda gerada pelas empresas. O impacto de demissões e de salários menores girando na cidade de fato veio, com redução expressiva no consumo e alta no endividamento.
Segundo o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) da cidade, no primeiro semestre deste ano a inadimplência cresceu 11,46% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 55.863 novos registros de débitos para 62.265. Já o número de exclusões se manteve, passando de 35.266 no ano passado para 36.284 (leve alta de 2,88%). Atualmente são 69.722 inadimplentes que, juntos, devem cerca de R$ 80 milhões.
A alta, que já é assusta, deve ser ainda maior nos próximos meses. Com desligamentos, corte de horas extras, flexibilização de jornada de trabalho e outras estratégias, a massa salarial da indústria caiu 14% neste ano na cidade, o que explica as baixas de mais de 20% no comércio e a escalada das dívidas em atraso.
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As consultas ao SPC da cidade também caíram, tanto as realizadas pelos lojistas, quanto as feitas pelos consumidores. Esse indicador, explica o diretor do SPC Julian Bianchini, mostra que há menos intenção de compra no mercado.
- Além da dificuldade de pagar as dívidas já acertadas, existe um forte receio de assumir novos débitos - analisa.
"Muita gente está comprando somente o essencial"
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Inadimplência aumenta 11,46% em Caxias no primeiro semestre deste ano
Atualmente são 69.722 devedores na cidade que, juntos, devem cerca de R$ 80 milhões
Ana Demoliner
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