O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getúlio da Silva Fonseca, afirmou nesta quarta-feira, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter da Gaúcha Serra, que mais 6 a 7 mil vagas de trabalho podem ser fechadas até o fim do ano no setor. Não há previsão de reversão na situação econômica no curto prazo. Nos primeiros cinco meses de 2015, foram fechados 2.232 postos de trabalho, o que corresponde a uma redução de 13% no número de empregos em relação ao mesmo período de 2014. Neste momento, há 44.028 empregados no setor na cidade. De 2010 a 2013, o número ficava acima de 50 mil.
Conforme o presidente, uma grande empresa de implementos rodoviários de Caxias do Sul está operando 12 vezes abaixo da capacidade e os estoques estão acumulando. O ócio chega a mais de 40% na linha de produção das empresas Guerra e Randon.
Fonseca sustenta que as indústrias caxienses estão fazendo esforços para reduzir o número de demissões e manterem suas unidades sede. Ele dá o exemplo da Marcopolo, que demitiu mais de 1.200 funcionários no Rio de Janeiro para preservar empregos da unidade de Caxias. A exploração de novos mercados na África tem sido uma das medidas buscadas pelas empresas mas, conforme o presidente, não é a solução devido a dificuldades burocráticas na hora de exportar e também de os produtos entrarem nos países do continente, como Quênia e Angola, onde o período de espera pode chegar a sete meses.
Com o dissídio dos metalúrgicos e mesa de negociação marcada para a sexta-feira, Fonseca sustenta que não é possível aumentar o ganho dos trabalhadores. Conforme ele, pequenas e médias empresas não conseguem há dois anos repassar os aumentos previstos em dissídio e não geram empregos. Os metalúrgicos reivindicam a reposição da inflação e aumento real, com índice a ser negociado, além de diversas cláusulas, incluindo descanso de 10 minutos a cada duas horas trabalhadas.