Economia de Caxias cai 8,3% em fevereiro na comparação com janeiro

Marcado por flexibilizações e folgas na indústria durante o período do Carnaval, fevereiro foi um mês de perdas para a economia caxiense. Todos os principais setores da cidade apresentaram queda, tanto na comparação com janeiro, quanto em relação a fevereiro do ano passado. Os dados oficiais do mês foram apresentados nesta quarta feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL).

Em relação a janeiro, a economia da cidade caiu 8,3% e, na comparação com fevereiro passado, a baixa foi de 16,7%. O índice mais preocupante, porém, é o acumulado de 12 meses, que já alcança prejuízos gerais de 9%.

- A situação para Caxias é mais severa do que a crise de 2009, quando tínhamos baixa de cerca de 5% no acumulado geral - destaca Mauro Corsetti, diretor do departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC.

Serviços foi o setor que mais caiu na comparação com janeiro, apresentando queda de 10,8%. Já o comércio teve uma queda menor, de 2,3%, mas na comparação com fevereiro passado registrou baixa de 23,1%.

- As vendas estão seguindo a mesma lógica de todo o ano passado, que é cair um pouco em relação ao mês anterior e muito na comparação com o mesmo mês do ano que passou. Alguns segmentos chegaram a ser positivos, mas nos parecem efeitos sazonais e não um crescimento sustentável, como foi o caso das livrarias e papelarias - destaca Maria Carolina Gullo, assessora de Economia e Estatística da CDL.

A indústria, que responde sozinha por mais da metade dos resultados econômicos de Caxias, caiu 8,9% na comparação com janeiro e 23,7% em relação a fevereiro do ano passado. Carlos Zignani, também diretor do departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC, revela que março deve ser ainda pior para o setor na comparação com o ano passado porque aquele havia sido o melhor mês da indústria em 2014.

- Não temos perspectiva nenhuma de melhora até junho. Caxias é essencialmente produtora de bens de capital e a produção nesse caso só melhora se a confiança do empresário voltar. A indústria, nesse ano, está trabalhando para sobreviver - alerta Zignani.