A falta de perspectivas para os próximos meses, influenciada pela alta do dólar e ausência de confiança no Governo Federal, deve provocar novas demissões nas empresas caxienses. Em reunião do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), nesta quarta-feira, empresários avaliaram a situação econômica do país e projetaram mais um período de retração no setor.
Conforme o presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, as empresas não conseguem mais absorver os custos de produção, que aumentam com a valorização do dólar e com o reajuste de tarifas. Segundo ele, nos dois primeiros meses do ano foram fechadas 1,6 mil vagas. O número representa 20% do total de demissões feitas em pouco mais de um ano - entre setembro de 2013 e dezembro de 2014, oito mil trabalhadores foram demitidos. A estimativa é que este número aumente e que a indústria encerre o primeiro semestre com o fechamento de 2,5 mil postos de trabalho.
De acordo com Fonseca, essas vagas deverão ser fechadas por pequenas e médias empresas, já que as grandes devem manter a flexibilização da jornada de trabalho.
- A situação está piorando. Muitas medidas já foram tomadas pelas empresas, como a flexibilização e adiantamento de férias. Tem gente que já usou o período de férias 2017. Não tem mais o que fazer. O problema é a falta de perspectiva para daqui três meses, mas ações precisam ser tomadas agora - explica.