A umidade elevada e o calor das últimas semanas têm trazido dor de cabeça para os produtores de alho da Serra gaúcha. O clima é um dos principais causadores do aparecimento de fungos e bactérias no produto gaúcho. Praticamente todas as lavouras têm sofrido com bacterioses, ferrugem e alternaria. A incidência é maior do que em outros anos, confirma o técnico agrícola da Emater de São Marcos, Eri Zanella.
Além do clima, outro agravante é a baixa rotatividade das lavouras. O ideal seria que, a cada dois anos, os produtores trocassem o terreno onde plantam alho. A Emater ainda não tem estimativa de qual deve ser a quebra da safra em função da maior incidência de doenças, mas Zanella diz que além do peso menor, o alho terá uma lucratividade reduzida.
- A bactéria, por exemplo, desce dentro do bulbo e acaba rachando a capa do alho. Ele vai para refugo por um preço dez vezes menor. O prejuízo é também no valor.
O preço mais baixo é um grande problema para um setor que enfrenta a concorrência do produto importado, especialmente do alho vindo da China e da Argentina. O Estado tem mil e 800 hectares plantados com alho. A maior parte da produção se concentra na Serra gaúcha. São Marcos, Flores da Cunha, Ipê e Campestre da Serra são alguns dos municípios com o maior número de produtores. A colheita do alho começa por volta do dia 15 de novembro e segue até metade de dezembro.