O friozinho quase constante dos últimos dias juntamente com a programação da Copa na televisão forma um cenário quase perfeito para o consumo de pinhão nos lares caxienses. O único fator que tem salgado a refeição do consumidor é o preço do produto: do final de abril até o início de julho o valor do item cresceu 42,85%, conforme levantamento da Ceasa/Serra. Nos supermercados, o quilo do pinhão é encontrado por valores que variam entre R$ 6 e R$ 8.
A alta expressiva é justificada pelos comerciantes pelo fato da safra maior deste ano já ter sido encerrada no final do mês passado. Os itens vendidos no varejo, portanto, são na maior parte os que foram mantidos em câmera fria.
- O problema é que não tem como conservar a qualidade, então muitos comerciantes optam por nem vender mais depois que acaba a safra - destaca Eduardo Luis Slomp, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias do Sul (Sindigêneros).
O gerente-técnico operacional da Ceasa/Serra, Antonio Garbin, confirma que cerca de 80% da comercialização na central de abastecimento são de pinhões mantidos em câmera fria - o restante são de variedades tardias, a chamada "safrinha", que segue até agosto. Ele discorda, porém, que o produto perde a qualidade quando conservado.
- O sabor segue o mesmo. É como se fosse um peixe: claro que tem o seu valor comer logo que foi pescado, mas a maioria das propriedades segue depois de congelado - exemplifica Garbin.
Outro fator que corrobora para que o valor do pinhão esteja pesando no bolso é a quantidade menor da safra deste ano, o que reduziu a oferta no mercado. Conforme a engenheira florestal Adelaide Juvena Kegler Ramos, assistente técnica regional da Emater, estima-se que houve perda de 30% na produção do Estado, que tem capacidade para produzir uma média de 1 milhão de quilos de pinhão ao ano.
- Em geral há três safras menores para cada uma "cheia" da semente. A última completa foi em 2011 e, portanto, a do próximo ano deve ser cheia novamente. A safra deste ano já foi um pouco maior que a do ano passado, o que demonstra recuperação - explica Adelaide.
Escasso e cada vez mais caro
Fim da safra e alta procura elevam pinhão em 42,85%, em Caxias
Nos supermercados, o quilo do produto é encontrado por valores que variam entre R$ 6 e R$ 8
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