Os prejuízos causados ao setor vitivinícola brasileiro pela alta carga tributária do país foram discutidos na manhã desta sexta-feira em Bento Gonçalves. O seminário, que reuniu representantes e agricultores do setor, analisou os impactos da tributação dos vinhos nacionais para a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Conforme dados apresentados recentemente em encontro realizado em Brasília pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), os impostos que incidem sobre o vinho nacional podem chegar a 67%.
- Temos no Brasil mais de 70 contribuições tributárias, enquanto em alguns países o número não passa de meio dúzia. Além disso, outras nações possuem um sistema diferenciados de tributos para o vinho, o que aqui não ocorre - destaca Julio Fante, coordenador do Grupo Técnico de Tributação e Competitividade do Ibravin.
Durante o encontro desta sexta, a assessora jurídica do Ibravin, Kelly Lissandra Bruch, apresentou também os sistemas tributários da Argentina, do Uruguai e do Chile. De acordo com o estudo que foi apresentado em Brasília, no Uruguai os encargos pagos pelo consumidor têm média de 23% e, na Argentina, o valor gira em torno de 35%.
- Já no Chile, o vinho é exportado só com o valor dele, ou seja, se vende somente o produto e não o tributo. Ao contrário do que acontece no Brasil - explica Kelly.
Além dos debates sobre tributação, foram lançadas no seminário desta sexta as cartilhas Legislação Vitivinícola e Como Formalizar uma Vinícola, editadas pelo Sebrae Nacional e pelo Ibravin. O seminário desta sexta foi realizado pelo Ibravin e contou com o apoio da Embrapa e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Seapa/RS).
Competitividade prejudicada
Alta tributação do setor vitivinícola brasileiro é debatida em Bento Gonçalves
Seminário ocorreu na manhã desta sexta-feira no auditório da Embrapa Uva e Vinho
GZH faz parte do The Trust Project