Um inverno com cara de inverno. É essa a principal expectativa das pelo menos 18 mil famílias produtoras de uva da Serra para a estação que começa hoje. Olir Schiavenin, presidente da Comissão Interestadual da Uva e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, destaca que as videiras necessitam de um número expressivo de horas de frio (por volta de 400 horas abaixo de 10ºC) durante o inverno para se desenvolverem corretamente.
- Temperaturas baixas são necessárias para que a videira possa parar a germinação e comece a armazenar energia para desenvolver com mais força as gemas e a brotação nas outras estações - explica.
As geadas, lembra Schiavenin, que são altamente prejudiciais em outras épocas, também são bem-vindas no inverno. O que é altamente prejudicial, destaca o dirigente, é a instabilidade climática, já que o esfria-esquenta acaba confundindo a videira e as fases ficam incompletas.
No outono, o frio deixou a desejar para a viticultura. Conforme Schiavenin, em anos anteriores, a estação contou com um número maior de horas de frio, embora nenhum grande impacto negativo tenha sido notado ainda.
A última safra da Serra contou com cerca de 610 milhões de quilos de uva, número 12% menor do que o registrado em 2012. O ideal para a próxima, segundo Schiavenin, é que a média seja mantida:
- Torcemos para que ela não seja nem muito maior nem muito menor do que temos apresentado e que a qualidade siga sendo excelente.