Produção de vinhos e espumantes de Caxias do Sul ganha destaque no cenário nacional

Contrariando a tradição centenária de produção de espumantes e vinhos finos especialmente do eixo Bento Gonçalves-Garibaldi, novas vinícolas de Caxias do Sul têm buscado a qualificação que já rende reconhecimento em prêmios. Diferente da grande maioria das vinícolas da cidade, essas jovens marcas já nasceram com vocação para elaboração de vinhos finos e espumantes ou voltaram-se a esse mercado recentemente. Entre as iniciativas para qualificar a produção da cidade está o Concurso dos Melhores Vinhos, que tem inscrições abertas até o dia 15.

Para se ter uma ideia, apenas 7,5% do vinho produzido em 2011 em Caxias era fino, 1,5 milhão de litros. Mesmo com o volume pequeno, há iniciativas que têm ganhado espaço neste terreno. No mercado há somente três anos, a Quinta Don Bonifácio já acumula premiações. O merlot e o cabernet sauvignon foram reconhecidos no Concurso de Melhores Vinhos de Caxias. Mas no espumante está o grande trunfo da vinícola. No Concurso Mundial de Bruxelas, a marca levou a medalha de ouro para o moscatel em 2010. No concurso de 2011, o espumante Champenoise Habitat levou o ouro e o Rosé Brut Charmat, a prata. No Top Ten da Expovinis, realizada em São Paulo este ano, o Champenoise Habitat foi escolhido o melhor espumante nacional.

A comercialização do premiado Habitat Champenoise se iniciou no ano passado pela vinícola Don Bonifácio. O vinho borbulhante é feito com 50% uvas pinot noir e 50% chardonnay, produzidas na propriedade de Santa Lúcia do Piaí. Da safra 2009, a vencedora dos concursos e única até agora no mercado, são quatro mil garrafas. A vinícola comercializa os produtos somente em lojas especializadas e restaurantes. O espumante premiado sai por cerca de R$ 48 para o consumidor. A bebida produzida pelo método Champenoise é mais refinada e cara porque a segunda fermentação se dá dentro da própria garrafa e não em tanques. No caso do Habitat, são 18 meses em contato com as leveduras. A gerente comercial da vinícola, Marina Libardi, aponta que o terroir da Serra é elemento fundamental para a elaboração de bons vinhos borbulhantes. 

- Ele é um espumante muito equilibrado. A uva foi colhida na época certa. Ele foi feito a partir da primeira prensada, sem ter contato com as sementes, o que poderia dar amargor. E a levedura foi muito bem escolhida - avalia Marina.

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