Vitivinicultores devem se posicionar até dia 20 deste mês sobre preço mínimo da uva

Os fabricantes de vinhos da Serra gaúcha devem apresentar até o dia 20 deste mês sua sugestão de preço mínimo ao quilo da uva para a próxima safra. Tanto produtores como governo já anunciaram suas propostas.

Os agricultores reivindicam R$ 0,59 ao quilo da fruta, e o governo, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sugere R$ 0,52. Agora, tudo depende de uma postura das indústrias do setor.

O valor atual é R$ 0,46 e está em vigor há aproximadamente quatro anos. As sugestões de preço apresentadas têm como referência a uva da variedade isabel.

Representando os vitivinicultores, o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Henrique Benedetti, informa que ele e outros dirigentes da categoria receberam as propostas dos agricultores e do governo e agora vão fazer uma avaliação com os donos de vinícolas. A previsão da Uvibra é reunir os sócios em assembleia até o dia 20 de setembro.

O presidente da Comissão Interestadual da Uva e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, ressalta que R$ 0,59 ao quilo é o valor mínimo necessário para cobrir as despesas de plantio e colheita da uva. Esse preço é 28,26% superior ao atual e corresponde ao custo da produção orçado pela categoria, com base numa pesquisa envolvendo 20 municípios.

O dirigente respeita a proposição do governo, que é 13,04% superior ao atual preço, mas acrescenta que a categoria vai insistir e lutar pelos R$ 0,59. Schiavenin esclarece que, legalmente, o preço mínimo da uva deve ser definido 60 dias antes do início da safra, ou seja, até 30 de novembro.

Segundo o agricultor, tradicionalmente, a safra se inicia em 1º de fevereiro de cada ano, embora existam algumas variedades de uva que ficam boas para serem retiradas da parreira antes dessa data. O forte da colheita vai de 15 de fevereiro a 15 de março.

A última safra chegou a 526 milhões de quilo da uva. Conforme Schiavenin, cerca de 20 mil famílias atuam na vitivinicultura hoje. Esse número envolve Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No total, são 40 mil hectares de parreirais plantados.

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