É difícil passar um ano sem que o caubói ruivo mais malvado do rock brasileiro, Jimmy London, aporte em Caxias do Sul acompanhado de seus companheiros do Matanza. A banda que esteve na cidade em junho do ano passado, lançando o disco mais recente, O Pior Cenário Possível, volta nesta sexta para repetir aquela velha receita que o público adora.
– Uma hora e 30 minutos de muita porrada na orelha, na qual todo mundo vai poder botar tudo pra fora, vai poder berrar, xingar, bater cabeça, abrir roda e, principalmente, se divertir muito. O que nós fazemos é isso, essa é a proximidade, não precisamos escancarar aspectos particulares nem fazer nenhum esquema, a gente faz o show da melhor maneira possível, por isso que a gente sempre volta nas cidades – explica o guitarrista Mauricio Nogueira, que reforçou as guitarras do último disco ao lado do membro fundador e principal letrista, Marco Donida (que não participa das turnês do Matanza).
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Apesar de mais pesado – dada a potência dupla nas guitarras – o último disco mantém a marca seminal do Matanza, o countrycore. A mistura das batidas rápidas do hardcore com riffs que lembram um bandolim valvulado do mal tornou-se uma fórmula bem sucedida, acrescida das histórias sempre insanas que as letras contam: algo tipo roteiros de terror ambientados no Velho Oeste. Oitavo disco de estúdio, contando o álbum de regravações de clássicos do Johnny Cash, O Pior Cenário Possível segue a cartilha de insanidades criada pela principal cabeça pensante por trás da banda.
– O Donida tem uma mente meio desequilibrada (risos), ele é o gênio do mal por trás disso tudo. Ele tem os scripts do nosso som na cabeça e tem um esquema que nossos discos são uma sequência, cada um é como um capítulo, com evolução e sempre com algo novo – explica Nogueira.
É claro que o repertório do show em Caxias vai passear por todos os discos do Matanza, e não devem faltar clássicos para escolher, entre eles Ela Roubou Meu Caminhão, Clube dos Canalhas, Bom é Quando Faz Mal, etc. Apesar de manter vários registros bem-humorados como os recém citados, o álbum mais recente foca atenções numa ótica um pouco mais séria e pessimista ("Pode alguém dizer o que estamos fazendo aqui?Esta estrada acaba num abismo/Mas pelo visto nós vamos todos cair com orgulho e cinismo"). Um retrato dos tempos obscuros que vivemos.
– Hoje a única coisa em comum em todas as pessoas é o ódio. O que isso acarretará será o pior cenário possível. Hoje, infelizmente, ninguém pode ter opinião, sempre terá um monte de gente pronta pra ofender, pra provocar, pra dar porrada. Mas, beleza, enquanto uns se enfrentam eu fico no bar bebendo cerveja (risos) – diz Nogueira, revelando a filosofia básica da banda.
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Agende-se
O que: show do Matanza
Quando: dia 26, às 22h
Onde: Wstage (Rua Augusto Pestana, 145), em Caxias do Sul
Quanto: R$ 100; mezanino a R$ 120, com meia-entrada disponível para estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais, sócios do Clube do Assinante e para quem levar um quilo de alimento; à venda antecipadamente na Hamburgueria Jaime Rocha (Marquês do Herval, 983), na loja Hip (Visconde de Pelotas, 941), no São Patricio Bar (Tronca, 2843), T-Shirts' Store (Prataviera Shopping) ou online pelo site www.sympla.com.br (há taxas)
Música
Roqueiros do Matanza fazem show nesta sexta-feira em Caxias do Sul
Público poderá conferir, no WStage, o estilo countrycore da banda
Siliane Vieira
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