O médico e ex-cronista do Pioneiro, Fancisco Michielin, 70, foi amigo de Maria Helena Balen - que morreu na madrugada desta quarta -, também cronista do jornal por 15 anos. Eles trocavam provocações e brincadeiras em seus respectivos espaços de publicação. Ao saber da morte de Maria Helena, Michielin escreveu sobre a alegria e os escritos da amiga ao Pioneiro.
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Dizer que fui pego de surpresa ao saber do falecimento da querida Maria Helena Balem é, apenas, uma maneira de expressar o abalo sísmico provocado em minhas entranhas. Mas, a gente já esperava. Infelizmente, seus dias estavam contados, depois de travar uma heróica luta contra inimigos sinistros e invencíveis. Ela foi dizimada pela doença quando na plenitude de seu estado anímico.
Perdera Vasco, o marido de tantos anos e mesmo sofrendo a ausência, dera a volta nos seus sentimentos e podia-se constatar que vibrava com esse momento de singular existência. Degustava a vida. Andava mais produtiva e mais inspirada em seus escritos. Espargia alegrias por onde passava. Sua veia humorística era de notório conhecimento.
Tivemos uma amizade não muito próxima, mas intensamente fraterna. Fui eu quem a indicou para ser uma das colunistas do "nosso" Pioneiro. E eu lhe dizia que isso iria custar alguns cafezinhos. Em diversas crônicas, alfinetávamo-nos reciprocamente, lançando dardos espirituosos e cordiais.
Uma mulher que não passou invisível ou apagada em seu tempo. Teve uma estrela cintilante e a capacidade de dar brilho em seus múltiplos afazeres. Nós e as nossas perdas. E as comoventes emoções guardadas no cofre do coração. Não tenho como fugir do lugar comum: essa "guria" que se chamou Maria Helena vai nos deixar um vácuo impreenchível. Ficaremos com as nossas saudades.
Francisco Michielin