A morte da escritora Maria Helena Balen, na madrugada desta quarta-feira, deixou tristes numerosos leitores e amigos. Entre eles, o jornalista Nivaldo Pereira, que era editor do caderno Sete Dias quando Maria Helena começou a escrever para o Pioneiro, lá pelo fim dos anos 1990.
- Desde o início, percebi como suas qualidades ser espirituosa, alto-astral, disponível. Fomos criando uma relação, e nos tornamos muito amigos - conta.
Nivaldo, que editou o Sete Dias até 2004, conta que foi uma grande surpresa quando, há cerca de um ano, ela apareceu em uma de suas oficinas de crônicas.
- Eu disse pra ela, "o que tu estás fazendo aqui, tu não precisas!" (de uma oficina para aprender a escrever). Mas ela disse que queria manter o contato, e gostava das trocas de ideias e desafios.
Ele relata que a escritora frequentou os encontros até abril, quando foi hospitalizada. Mês passado, Nivaldo visitou-a no hospital, ainda em Porto Alegre, e falou-lhe que o grupo a queria de volta - o último encontro da oficina seria realizado justamente nesta quinta-feira.
Na ocasião, ouviu-a repetir a frase que seria estampada em seu velório: "Queria que meu epitáfio fosse assim: eu gostei tanto de viver, que se me deixarem, eu volto".
- Ela disse isso com uma gargalhada, não perdia o bom-humor nem no hospital - conta.
O jornalista também destaca o retrato de Caxias que, muitas vezes, Maria Helena traçava em suas crônicas, ao trazer anotações de seus diários do tempo da juventude.
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