Um dos momentos mais felizes na carreira da escritora Maria Helena Balen - que morreu na madrugada desta quarta - ocorreu em 2009, quando ela esteve a frente da 25ª Feira do Livro de Caxias do Sul como patrona. Moradora do Centro da cidade, a farroupilhense ia até a praça a pé todas as manhãs carregando sua alegria e bom humor característicos.
- Fiquei lembrando agora desses momentos, ela vinha para a praça muito feliz, me veio na memória aquele abraço gostoso que ela me dava todas as manhãs. Ela vinha a pé, sempre naquela elegância e simplicidade dela. Acompanhou tudo, desde a montagem das estruturas até o final - conta Luiza Motta, coordenadora da Feira do Livro na época.
Luiza lembra da amizade que tinha com a escritora.
- Tenho uma irmã que também sofria com câncer e a Maria Helena sempre me perguntava sobre ela quando nos encontrávamos. Uma vez ela chegou a ligar para a minha irmã, era uma pessoa muito fraterna, que tinha uma vontade de viver muito grande - aponta Luiza, emocionada.
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A secretária municipal da Cultura, Rubia Ana Mossi Frizzo, também lamentou a morte de Maria Helena Balen:
- É um símbolo para nós, uma pessoa com muito carisma, que sempre se comunicou com a cultura, desde os tempos de Conselho da Cultura sempre foi muito engajada. Ela teve a coragem e simplicidade das grandes pessoas.
Rubia comenta que seu primeiro contato com Maria Helena Balen foi através dos textos escritos por ela. No jornal Pioneiro, ela publicava crônicas há 15 anos.
- A leveza dos textos significava a alegria de viver que ela tinha - diz a secretária.
Maria Helena Balen integrava a Academia Caxiense de Letras desde 1997. A ex-colega Maria Angélica Grazziotin lembra com carinho da escritora.
- Viveu sempre com muita alegria, deixou esse legado - aponta ela.
O atual presidente da Academia Caxiense de Letras, Leandro Angoneze, lembra da escritora sempre como uma pessoa alegre, entusiasmada, acessível e atenciosa.
- Estava sempre trabalhando em prol da comunidade, dos acadêmicos. Escrevia com desprendimento, tinha uma literatura gostosa e, mesmo com os problemas que vinha enfrentando, nunca deixava transparecer, estava sempre motivando todos.
O produtor cultural Cláudio Troian também expressou tristeza pela morte de Maria Helena no Facebook:
- Mesmo enfrentando os desafios do grande salto, não perdeu a nobreza e visão do espírito jovem que lhe era peculiar (...). Quanto a nós, resta-nos por consolo conviver com saudades imensas.
