O Centro de Cultura Ordovás é um dos espaços culturais mais expressivos e importantes de Caxias do Sul. Em 2021, completam-se 20 anos de sua existência. Criado na gestão de Pepe Vargas (PT), é gerido pela administração municipal, que define quem vai coordená-lo. Enquanto os profissionais que ocuparão cargos importantes na Secretaria da Cultura ainda estão sendo definidos, o nome de Sandro Maurício da Silva foi confirmado para a direção do Ordovás. Trata-se de uma escolha frágil, tendo em vista o histórico de Sandro em entidades como a Frente de Apoio e Prevenção à Aids (Fapa) e o Grupo de Livre Orientação Sexual (Glos). Em 2005, ele e Jair Zauza foram denunciados pelo Ministério Público por desviarem uma verba de mais de R$ 300 mil dessas organizações. O dinheiro era para ter sido empregado em ações de prevenção e combate à Aids.
Sandro é conhecido também pela atuação frente à Parada Livre, da qual é um dos fundadores e nome atuante. Qual foi o embasamento para a escolha? Em entrevista à colunista Rosilene Pozza, o presidente do PROS (partido do qual Sandro é filiado), Jair Zauza (o mesmo das acusações de 2005), disse que o nome do diretor do Ordovás foi uma escolha pessoal do prefeito Adiló Didomenico (PSDB). Ou seja, que não teria sido uma decisão para preencher cargos dos partidos coligados à gestão.
É preciso deixar claro que a coluna não está questionando as capacidades de Sandro para ocupar o cargo, apenas alertando que é impossível apagar o histórico do profissional e que isso, naturalmente, aponta para a fragilidade da escolha.