Trabalhos manuais delicados como o registrado na foto acima serão conhecidos de perto pelo designer de moda João Maraschin. Caxiense radicado em Londres há pelo menos cinco anos, ele foi selecionado entre dezenas de inscritos para participar de uma residência artística e cultural na comunidade de Tambacounda, no nordeste do Senegal. A Thread Senegal Org é um projeto que nasceu em parceria com a Fundação Anni e Josef Albers — nomes fundamentais para a moda do século 20.
Maraschin vai ficar um mês morando na comunidade. Ele ainda aguarda definições com relação à pandemia para poder definir a data da viagem, mas a expectativa já está enorme.
— Minha grande vontade é trocar experiência, quero muito aprender como eles abordam o desenvolvimento manual, porque eles têm algumas práticas voltadas ao tricô, ao bordado e à aplicação de tecidos, mas de uma maneira muito diferente do que eu faço. Ao mesmo tempo, quero dividir o meu conhecimento como forma de estimular o enriquecimento de ambas nossas práticas — projeta o estilista.
Maraschin afirma que a residência vai formar uma parte do que se tornará sua terceira coleção autoral, prevista para ser lançada ainda neste ano.
Projeção
O ano de 2021 começou mesmo a todo gás para João Maraschin. Além da seleção para a Thread Senegal, nesta semana, ele foi apontado por Lilian Pacce como “o nome da moda para ficar de olho”. A jornalista, uma das mais influentes no cenário fashion brasileiro, destaca a atuação do caxiense frente à uma moda baseada em práticas sustentáveis, promovendo aspectos artísticos e culturais, e priorizando a colaboração e a troca de experiências.
Vale lembrar que, no ano passado, o estilista chamou atenção em sua estreia na London Fashion Week. À coluna 3por4, Maraschin reforçou suas principais motivações como criador de moda:
— É a possibilidade de tecer histórias com pessoas que encontro no meu caminho, nessa perspectiva, minha intenção é gerar mudança e mobilidade social através do meu exercício de moda.