Foi divulgada, nesta terça (19), a lista de contemplados do edital FAC Movimento, que distribui verbas do Pró-cultura RS Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). Entre os 25 aprovados que receberão R$ 50 mil cada está o projeto Rua/Poética da Geografia, idealizado pelo Instituto SAMbA, de Caxias. A iniciativa tem parceria com o Coletivo Rua – coordenado pelo grafiteiro e arquiteto Mauricio Rossini – e prevê um mapeamento, por meio das artes visuais e da literatura, da arte urbana de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Integrantes do coletivo e escritores convidados (Carlinhos Santos, Marcelo Mugnol e Cris Lavratti) percorrerão estes lugares em trajetos de ônibus.
– Vai ser um projeto de descobertas, a gente não sabe o que eles vão encontrar em cada cidade. Eles vão identificar esta arte e todas as discussões que nela estão intrínsecas – explica Jessica De Carli, diretora do Instituto SAMbA.
O resultado dessas andanças, em fotos e textos, integrarão um fanzine. Essas publicações ficarão disponíveis nos ônibus que levam passageiros até as cidades mapeadas pelo projeto, como Erechim, Santa Maria, Pelotas, Santa Rosa, Santana do Livramento e Santa Vitória do Palmar. As viagens sempre partirão de Caxias.
— Dentro do ônibus é quando as pessoas mais leem. Se você recebe um material e vai fazer uma viagem longa, você vai ler este material. Então, pensamos em distribuir os zines nos ônibus que fazem essas rotas, para que as pessoas dialoguem com este processo experimental que estamos nos propondo a fazer — comenta Jessica.
A lista de aprovados do FAC Movimento também contemplou o projeto Aldeia Sesc Caxias, que anualmente propõe ampla programação cultural na cidade, incluindo oficinas, espetáculos e shows nacionais. Essa aprovação, no entanto, gerou desconforto em alguns setores da cultura. Os colegiados setoriais do RS de circo, dança e teatro divulgaram, ontem, uma carta aberta na qual repudiam a escolha do projeto. “O Sesc, com toda a estrutura e capilaridade que possui, disputa os parcos recursos de um fundo público de cultura quando poderia fazer bom uso da LIC – mecanismo que os pequenos produtores não conseguem acessar e captar. Embora a aprovação possa não ser ilegal, a participação e seleção do Sesc é imoral”, aponta o documento.
Em nota, o Sesc respodeu que:
"O Sesc/RS incentiva o desenvolvimento da produção cultural gaúcha e fomenta o intercâmbio e o desfrute de bens culturais, acolhendo artistas de todos os lugares do Estado em sua programação, que em grande parte é oferecida às comunidades de forma gratuita, como o próprio Aldeia Sesc Caxias do Sul, contemplado neste edital. Iniciativas como a deste edital público ajudam a reforçar a capilaridade do Sesc/RS em acolher artistas para circularem e subirem aos palcos do Brasil afora. Milhares de grupos circulam pelo País com investimento e realização de projetos da instituição, todos obedecendo editais rígidos com transparência em seus critérios de seleção".
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