Nas referências citadas pelo autor Paulo Ribeiro na sinopse de seu novo livro habitam de George Harrison a Voltaire. Já na apresentação e na contracapa, figuram do lirismo do escritor José Clemente Pozenato até a “boca suja” do diretor de teatro e roqueiro Mário Bortolotto.
– Eles não têm nada a ver um com o outro. Eu convidei de propósito mesmo – explica o autor bonjesuense.
Essa colcha de retalhos costurada já na “casca” sugere a pluralidade do recheio de "O Transgressor". O livro, cuja capa a coluna antecipa acima, é uma coletânea de contos que reúne universos de personagens distintos, como um pintor atormentado a lutar contra o desejo; ou guerrilheiras enfrentando os horrores da ditadura de 1964. Unindo todos eles está a transgressão anunciada no título.
– Começa com o narrador transgressivo, o conteúdo é transgressivo, a extensão dos contos é transgressiva, os personagens são transgressivos. É o livro da transgressão. Retrato do país. Mas, ao mesmo tempo, é o país onde “tudo está bem”. É isso que costura todas as histórias. Isso é uma ironia sem tamanho – adianta o escritor, à coluna.
A obra sai pela Kotter Editorial, de Curitiba. O lançamento será em agosto, em data a ser definida.
– Outra característica destes contos, seguindo uma tendência contemporânea, é a de não deixar claramente delimitada a fronteira entre ficção e documentário – opina Pozenato, na abertura do livro.
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O Transgressor, 19º lançamento da carreira de Paulo Ribeiro, também reforça a visão do autor perante o Brasil atual.
– É uma visão muito pessimista, embora tratada com humor e sarcasmo. Mas eu não desisti do Brasil. O livro é a prova que eu ainda não desisti, estou na trincheira com as minhas armas – revela.