Mestres da psicanálise, da sociologia e das artes visuais estão entre as referências dos guris da Zava na criação do terceiro disco da banda, Conatus. O som dos caras ressurge à cena como um caldeirão a misturar ideias/provocações sobre o homem contemporâneo. O primeiro single do trabalho, Em Círculos, entra bem nesse clima, com letra apontando feridas da condição humana: “fraco, despedaçado, teimando em ser o mesmo, fugindo do desejo, para se salvar”, berra o vocalista João Perez. A canção, liberada nesta sexta pela banda nas plataformas digitais, foi inspirada no texto Escuta, Zé Ninguém, do psicanalista Wilhelm Reich.
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A capa de Conatus – essa aí em cima assinada por Sara Fontana e Rudinei Picinini – também tem concepção “cabeça”, buscando referência numa famosa frase de Pablo Picasso: “há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol”. Até o líquido escorrendo da bola na imagem tem significado profundo, remete ao conceito das relações líquidas do sensacional Zygmunt Bauman.
Demorou quatro anos para a Zava deixar o terceiro disco pronto e todo esse tempo de imersão na criação levou os integrantes a uma certeza. Conatus é um marco zero na carreira da banda. O disco será lançado oficialmente em agosto de 2017, com primeiro show marcado para 9 de setembro, no Atillio’s 86. Porém, os guris adiantam um pouquinho da nova fase em apresentação ao lado dos baianos da Vivendo do Ócio, no dia 8 de julho, no Anexo Pub.