Acordei com uma dor de cabeça terrível. Tive que tomar remédio, mas para a minha infelicidade ela não foi embora. No dia seguinte aconteceu a mesma coisa, e assim se repetiu no terceiro dia, e no quarto... Depois de uma semana, com a pressão já atingindo os meus ombros, reparei que a minha dor de cabeça nada tinha a ver com a cabeça em si. Era uma dor originada na cervical devido à má postura, e a cabeça era só um reflexo daquilo que eu sentia.
Como para tudo, tentei absorver a lição. Nem sempre onde dói é necessariamente onde devemos mexer a fim de curar. A ideia me ocorreu na cama da massagista, quando ela apertou um ponto específico dos meus ombros e automaticamente eu senti a cabeça latejar, quase como um fio que interligava as duas partes. Sim, o nosso corpo é estranho, mas ao mesmo tempo fantástico. Aos poucos, a minha dor de cabeça ia se despedindo, e foi aí que eu percebi que estava tentando resolver o meu problema da forma errada.
Comecei a reparar em tudo aquilo que já tentei consertar e não obtive sucesso. A gente insiste em esquentar a ponta do ice berg para derretê-lo e assim diminui-lo sem nem lembrar que a maior parte fica escondida debaixo da água. Nossos problemas quase sempre têm ramificações, e são elas que deveriam ser limadas para que o problema deixe de existir. Sabe aquele ditado popular de “cortar o mal pela raiz”? Pois então.
O mesmo vale para os nossos sentimentos e “dores invisíveis”, como costumo chamar. Se o peito parece apertar e reduzir, comprimindo quase como se tivesse levado um soco de surpresa, é porque guardamos ali alguma angústia. E não há chá ou remédio que resolva – é um problema psicológico que precisa ser falado, discutido, compreendido e tratado. Quer dizer, onde dói nem sempre é onde devemos mexer.
Soube da história da uma mulher que sofreu uma reação alérgica em que remédio nenhum era capaz de resolver. Depois de os médicos terem tentado de tudo, ela mudou drasticamente a sua alimentação, e automaticamente a alergia desapareceu. A mulher não precisou tratar a pele em si, e sim cuidar com o que ela colocava para dentro do seu corpo. Entende?
Quando eu era pequeno, aprendi que se eu sofria algum pequeno acidente, a melhor saída era desviar o foco da dor. Se eu batia a ponta do pé na mesa, por exemplo, automaticamente eu mordia o dedo da minha mão. Funcionava, era quase como se a dor se equilibrasse e eu mediasse a situação, passando a estar no controle. Desde então, acredito que a dor não deve decidir onde ela vai morar, até porque o corpo é nosso. E quanto mais a gente acredita que a dor não nos pertence, menor ela fica.
Leia também
Obsessão pelos detalhes e muita imaginação: a história do Mini Mundo de Gramado
Reiki pode ser alternativa para o seu pet
Confira dicas para não deixar sua maquiagem derreter com o calor do verão
Estilo sustentável: caxiense cria marca de óculos de sol feitos a partir de madeiras reaproveitadas
Conheça receitas que aliam saúde e praticidade