Muitas vezes é preciso uma medalha, uma conquista, um impulso para que ocorra uma virada de chave. E não falo do trabalho feito pelos atletas ou seus treinadores nos últimos anos, mas pela dificuldade de investimento e do fortalecimento de uma verdadeira cultura esportiva em Caxias do Sul e na Serra Gaúcha.
O que realmente espero é que a medalha de bronze de Marcelo Casanova nas Paralimpíadas de Paris possa ser o start para um novo momento.
A competição na França teve dois representantes da cidade, um fato inédito, histórico e emblemático. Maria Eduarda Stumpf, da ACTKD, com apenas 19 anos, no taekwondo, e Casanova, judoca do Recreio da Juventude, de 21 anos. São dois exemplos de um trabalho sério, competente e que pode revelar muitos outros talentos.
E aí fica aquela pergunta: quantos outros jovens têm potencial na nossa região e acabam ficando pelo caminho pela inexistência de um apoio mais forte de nossos empresários? Isso vale para o alto rendimento adulto, para as categorias de base e até mesmo na formação, nas escolinhas. Vale para o basquete, para a ginástica, para o futsal, para o vôlei, e tantas outras modalidades que têm profissionais extremamente capacitados nos projetos locais.
Que essa medalha possa sensibilizar mais gente, inclusive dentro do Recreio da Juventude, que tem feito recentemente um movimento espetacular para valorizar e fomentar o esporte. A resposta veio de forma imediata, com pódio paralímpico.
E ainda temos muitos talentos para mostrar ao mundo.