É notória a nossa tendência de evidenciar os defeitos alheios em detrimento das qualidades presentes em amigos, parentes e colegas. No mínimo, rende assuntos acalorados. E faz com que nos sintamos paladinos da verdade e da razão. É uma inclinação contra a qual devemos lutar, como um exercício filosófico para a depuração do caráter. Não é fácil, pois exige contenção, autocrítica e o desejo de reparar essas fissuras da alma que nos tornam tão menos interessantes. De minha parte, tenho feito um esforço continuado para absorver com mais generosidade o comportamento das pessoas com quem convivo. O caminho tem sido o de considerar o que motiva suas ações. Conceder-lhes o crédito da boa intenção, principalmente quando não se coadunam com a nossa visão de mundo. O resultado é sempre satisfatório, instaurando a leveza nos relacionamentos que poderiam ser minados com a desconfiança e uma pretensão de superioridade.
Opinião
Gilmar Marcílio: admiração pelas pessoas
Continuo inclinado a elogiar; a ver a doçura, não o amargor
Gilmar Marcílio
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