Adriana Antunes
Estamos no tempo das amoras. No entanto, amoras sem sol são azedas demais. Você pode tentar fazer uma calda ou um doce, mas lá no fundo fica o azedume de uma fruta (de)SOLada. Tipo gente mal-humorada. Sabe? Não tem notícia boa, novidade ou poesia que salve o sujeito do seu azedume. Tem gente que acorda assim, cítrico. Gente que demora a se açucarar, que precisa de horas, de muito silêncio até que consiga ajustar o ponto do cozimento interno. Precisa de fogo, calor, entendimento, aceitação e de repente começa a ficar menos ácido. Que coisa mais difícil conviver com gente ácida o tempo todo. Dá azia. Tudo bem, vá lá. Nem sempre conseguimos nos livrar do mau-humor, afinal a gasolina está um absurdo, já é quase Natal, parece que a pandemia terminou, tem uma galera de carro rebaixado que houve sempre a mesma batida, que entra dentro da cabeça da gente e não desgruda.
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