A Polícia Civil de Tapejara, no norte do Estado, investiga o caso de um paciente que precisou de internação médica após passar por uma lipoaspiração de papada. O caso aconteceu no dia 4, em um consultório odontológico, e foi registrado na quinta-feira (17). Durante o procedimento, o paciente teve um sangramento e ficou internado por uma semana em hospitais da região.
Conforme registrado em boletim de ocorrência, ao realizar cortes no pescoço do paciente, necessários ao procedimento, a dentista atingiu vasos sanguíneos e, ao não conseguir estancar o sangramento, encaminhou o homem ao hospital. Ele foi transferido à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, onde permaneceu até o dia 8, e teve alta hospitalar no dia 11.
A delegada Tais Bee Wittee Neetzow, responsável pela investigação, informou que o inquérito policial foi instaurado para apurar o caso e que deve começar a ouvir os envolvidos nos próximos dias. Até o momento, foram solicitadas as cópias de prontuários médicos dos hospitais em que o homem precisou de atendimento, em Tapejara e Passo Fundo.
GZH Passo Fundo entrou em contato com o paciente e com a defesa da dentista que realizou o procedimento. As partes estão em tratativas para um acordo na área cível. Veja abaixo o que as defesas dizem:
Paciente precisará de nova cirurgia
O paciente preferiu não se manifestar enquanto o caso está sendo investigado. A defesa dele, representada pelo advogado Sérgio Federle, informou que o homem tem quadro de saúde estável, mas que deve passar por novos procedimentos de correção estética e de saúde. Isto inclui sessões com fonoaudiólogos e fisioterapeutas, além de cirurgia plástica para reconstituir o local onde foi feita a lipoaspiração.
Quanto ao acordo, Federle afirma que o objetivo é "trazer um alívio para a vítima". "A reparação civil é importante e está em fase de acordo. Todo o procedimento feito por pessoas está passível ao erro, mas queremos caminhar para algo legal, que ocorra dentro das normativas legais, e que agrade os lados”, comentou o advogado.
O que diz a investigada
O escritório de advocacia GBA Advogados, que representa a dentista Angela Maria Bezutti, argumenta que não houve imperícia por parte da profissional, e que se trata de uma fatalidade.
"O escritório esclarece que a profissional é competente e habilitada para o exercício completo de sua profissão. Destaca-se que não houve imperícia da profissional, tendo a todo o momento se mantido à disposição do paciente e da família. Observa que a sua atuação está sendo focada em preservar a saúde do paciente. Esclarece-se, por fim, que as questões estão sendo resolvidas entre as partes e que qualquer manifestação no sentido de sugerir a má-prática da profissional está equivocada."