A região norte do RS registrou mais um caso de desmatamento nesta segunda-feira (11). O flagrante aconteceu no município de Vicente Dutra, próximo à divisa com Santa Catarina, onde 24.832 metros quadrados de floresta nativa foram derrubados.
O 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) atendeu a ocorrência e constatou a destruição da vegetação nativa em três áreas distintas dentro de uma mesma propriedade, no interior do munícipio. O crime ambiental foi flagrado por meio de georreferenciamento e de levantamento fotográfico dos locais.
O proprietário da terra não tinha licença ou autorização do órgão ambiental competente para realizar a intervenção. Assim, o responsável responderá pelo crime ambiental, pois infringiu o artigo 38-A da Lei 9.605/98, cuja pena varia de multa e/ou detenção, entre um e três anos.
Os 2,4 hectares de Mata Atlântica destruídos equivalem a mais de dois campos de futebol. O bioma, que é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo, atualmente está presente entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Sul, com apenas 7% de sua área original.
Treze campos de futebol
Vicente Dutra é a quarta cidade do norte gaúcho que registra a destruição de Mata Atlântica em menos de um mês. Quando somada a Liberato Salzano, Soledade e Maximiliano de Almeida, a área desmatada ultrapassa os 141 mil metros quadrados, ou mais de 13 campos de futebol oficiais.
O primeiro caso foi em Liberato Salzano, no dia 27 de novembro, quando mais 26.300 metros quadrados de Mata Atlântica foram derrubados; o segundo foi no dia 3 de dezembro, em Soledade, onde 27 mil metros quadrados de árvores nativas foram destruídos; e o terceiro, e maior registro do crime ambiental aconteceu em Maximiliano de Almeida, onde 63.400 metros quadrados foram desmatados.
O desmatamento florestal e o uso irregular do solo são crimes ambientas e causam diversos impactos ao meio ambiente, prejudicando a biodiversidade e contribuindo para as mudanças climáticas. Uma das ferramentas que tem auxiliado no combate a essa prática é a plataforma MapBiomas, que emite alertas para o BABM.
O MapBiomas é alimentado por uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, que fazem o mapeamento da cobertura e uso da terra, monitorando a superfície de água e cicatrizes de fogo mensalmente com dados a partir de 1985.