Estados Unidos, França, Colômbia e Argentina são apenas alguns países para onde dona Amélia Oliveira, 75 anos, já enviou as bombachas que produz em Passo Fundo, no norte do RS. Há 40 anos, dona Amélia se dedica à confecção das peças que fazem sucesso no meio tradicionalista.
Tudo começou com a dona Amélia observando o trabalho feito por uma vizinha que, na época, também produzia bombachas. Ela gostou do que viu e começou a se dedicar à costura. A ideia era fazer bombachas com bom acabamento e diferente das que costumava encontrar.
Deu certo: ela logo se destacou por conta do trabalho detalhado e caprichado dos favos, que ficam na lateral das bombachas. O trabalho é personalizado e se destaca pela perfeição da costura. Segundo ela, é isso que faz muita gente procurar pelo seu serviço (assista ao vídeo).
Exportando a cultura gaúcha
Do ateliê de casa, a dona Amélia faz bombachas que vão para várias partes do Brasil e do mundo. As encomendas acontecem durante todo o ano, mas é no mês farroupilha que os pedidos aumentam, assim como as horas de trabalho da costureira de bombachas, que se vê atarefada para dar conta de toda a demanda.
— Eu acordo às 4h e vou dormir 1h madrugada. Tenho encomenda para trabalhar dia e noite, sem parar — conta, sem tirar o sorriso do rosto.
Os pedidos são tantos que, hoje, a costureira tem ajuda de mais duas pessoas. Não é por acaso. As bombachas de dona Amélia ganharam fama no Brasil todo. Músicos como Sérgio Reis e Teixeirinha, que morreu em 1985, já encomendaram a vestimenta com ela.
Hoje, aos 75 anos, interromper as encomendas não é uma opção. Pelo contrário: o orgulho da profissão e o amor pelo tradicionalismo devem dar ainda mais disposição para essa costureira de bombachas de mão cheia seguir trabalhando.
— Eu nunca pensei que minhas bombachas iam pra fora do país, mas o pessoal pede, eles gostam do meu trabalho e eu vou seguir fazendo — diz ela, com orgulho.