Por Eduardo Capellari, presidente da Imed
Em um livro provocativo o cientista político Richard Florida afirma com evidências que o centro do mundo do trabalho contemporâneo passa pela definição de classe criativa. E a função que a mesma desempenha no desenvolvimento econômico e o papel das cidades, como fontes de atração de indivíduos empreendedores, serão decisivas.
A classe criativa é aquela que emerge na economia do século 21 e é formada por indivíduos das ciências, das engenharias, da arquitetura e do design, da educação, das artes plásticas, da música e do entretenimento, com capacidade de criação de novas ideias, novas tecnologias e novos conteúdos criativos.
Essa nova classe, dos indivíduos criativos ou originais, na acepção de outro autor – Adam Grant – está mudando o mundo do trabalho e move-se pelo poder de atração que as cidades exercem. Cidades diversificadas economicamente, tolerantes culturalmente e abertas a novas ideias constituem polos de força magnética para indivíduos que buscam mudar o mundo através do empreendedorismo econômico ou social.
A competição do século 21, portanto, se dará entre cidades e sua capacidade de atração de pessoas criativas. Morar e liderar novos negócios em Porto Alegre, São Paulo São Francisco, Boston, Nova York, Lisboa, Austin, Berlin ou Milão? O mundo está mudando muito mais rapidamente do que todos poderiam imaginar. Quais são suas ambições, Porto Alegre?
Pois, debater o tema das "Cidades inteligentes para quem?", propósito da quinta e última edição da FutureGov Conference da Imed em 2019, no dia 4 de dezembro, às 19h30, no Teatro do Campus Porto Alegre, com a participação do Consultor internacional do Pacto Alegre, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP) e da La Salle Technova Barcelona, o espanhol Josep Miquel Piqué, será fundamental.
Todos sabemos que a inteligência não é apenas um algoritmo tecnológico, ela é também as pessoas, a coletividade e suas relações institucionais, buscando sempre ser materializada e vivenciada a um só tempo. E o objetivo comum de criar inovação e originalidades, passa necessariamente por uma cidade do futuro que seja capaz de fazer a ponte entre dois espaços, que conformam fatores fundamentais e únicos, que são a tecnologia e o humano.