Por Marcelo Matias, presidente do Simers
A perspectiva da reformulação do Programa Mais Médicos para privilegiar os municípios mais vulneráveis, de difícil acesso e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pode ser parte da solução que falta para a interiorização da saúde no Brasil.
O Mais Médicos surgiu, em 2013, como a resposta para equilibrar a oferta e a demanda de profissionais médicos no interior do Brasil. Seis anos depois, o cenário ainda é de desigualdade nas grandes cidades.
Atento a isso, o Ministério da Saúde deve encaminhar neste mês a proposta de substituição do Programa Mais Médicos. A expectativa é que o novo programa tenha critérios claros e racionais, corrigindo um grave cenário de desassistência – uma das maiores mazelas da área há anos.
O novo formato também deve excluir os municípios classificados como de menor vulnerabilidade, como as capitais – o que inclui Porto Alegre. Por isso é urgente que a Prefeitura implemente um plano de carreira para os médicos da Capital, considerando as particularidades das periferias da cidade – tão desamparadas quanto a maioria das mais remotas localidades.
A proposição está alinhada com um pleito do Simers e que tem o apoio do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta: a implementação de um plano de carreira nacional para médicos. O plano do Simers – o qual o titular da pasta se comprometeu em desenvolver – é uma alternativa para garantir a imediata interiorização da assistência médica, valorizar o profissional, estimular a qualificação da infraestrutura e criar condições concretas para atrair e fixar os médicos em áreas afastadas dos grandes centros urbanos.
O Simers apoia a proposta do Ministério da Saúde e aguarda a oficialização do novo programa que pode corrigir as distorções de ações de governos anteriores e, finalmente, proporcionar condições dignas de trabalho para os médicos e de atendimento à população em cada canto do Brasil.