Um ano depois de assumir a Presidência, Michel Temer exibe um saldo de reformas positivo, como o teto de gastos e a do Ensino Médio, em um país avesso a mudanças. São, porém, reformas insuficientes e que não permitem celebrações. Com as reformas da Previdência e trabalhista ainda em marcha lenta, o governo Temer tem o enorme desafio não só de aprová-las como de lançar as bases para um país que ponha para trás os tropeços éticos e a leniência com a coisa pública. Para isso, é preciso endereçar uma reforma política urgente que redefina o financiamento das campanhas e a multiplicação de partidos. É preciso uma reforma tributária para simplificar o cipoal de impostos e taxas que atormentam empresas e cidadãos. É preciso uma reforma profunda do Estado para fechar ou vender estatais inúteis e transferir para a livre-iniciativa serviços hoje caros e ineficientes. É preciso ainda uma revolução na segurança e nos presídios, a partir da liderança do governo federal, antes que o ovo da serpente do extremismo ressurja nos desvãos de um eleitorado justificadamente assustado com a criminalidade.