Iluminar prédios e monumentos é a parte mais visível do Outubro Rosa. O maior objetivo dessa mobilização global é colocar luz sobre outro aspecto: a importância da detecção precoce do câncer de mama. Diante de uma realidade agravada pela crise, com cortes na saúde e redução na receita de convênios, esse é o foco que deve ganhar ainda mais relevância agora.
A diminuição dos orçamentos produz uma consequência imediata: sem poder usar tecnologias atualizadas ou novos procedimentos, aumentam as dificuldades no diagnóstico e tratamento. A cura na fase inicial custa cerca de 10 vezes menos do que quando em quadro avançado. É mais barato tratar cedo e, o melhor de tudo, menos danoso para o paciente.
O que vamos ter de fazer é investir na educação. Histórico familiar não é possível controlar, mas podemos atuar em fatores que contribuem para a doença, como obesidade, sedentarismo, álcool e uso abusivo de hormônios. Temos de educar para a importância de exames de rotina ou procurar o médico quando aparecer algo diferente nas mamas. Está aí uma proposta que precisa ser abraçada pelos governantes eleitos em outubro – ainda mais aqui no Estado, que lidera em casos de câncer de mama no país.
Mas temos avanços, como o serviço de navegação de pacientes, já implantado pelo Hospital Moinhos de Vento. As pacientes são acompanhadas por enfermeira desde o diagnóstico até a reabilitação. Isso também pode ser feito no SUS, por meio de projeto do Instituto da Mama (Imama), que otimiza recursos para que o processo não pare na burocracia.
Há ainda um bom caminho para que os objetivos do Outubro Rosa sejam atingidos. Para isso, é fundamental a participação de todos. Neste ano, a campanha tem como símbolo #acessojá, para estimular a admissão imediata no diagnóstico e tratamento. Com o #acessojá estampado em camisetas, convido para a Caminhada das Vitoriosas, em 23 de outubro, às 10h, no Parcão. É mais uma ação que vai iluminar a vida de todos.