Aleitura sobre os resultados das eleições municipais no país, tendo São Paulo como o maior exemplo com o pleito decidido já no primeiro turno, traduz com clareza o que os eleitores estão buscando para um Brasil melhor. Ficou evidenciado o que querem e, principalmente, o que não querem mais.
Quem produz e quem trabalha não quer mais um Estado pesado, oneroso e ineficiente. As urnas mostraram o descrédito com as administrações públicas e, em decorrência, com a classe política com a qual o eleitor estabeleceu um sentimento de total desencanto.
Esta verdade, estampada também nos absurdos níveis de abstenção, votos brancos e nulos, resultou no encolhimento dos principais partidos nas Câmaras de Vereadores de todo o país. Os cidadãos querem um Estado menor, por terem a real compreensão quanto a uma gestão pública ineficiente e que, quanto maior a interferência do Estado, maior o custo e menor a qualidade do serviço entregue.
O sentimento de frustração, entretanto, tem que dar lugar ao da esperança. Há sinais positivos para isto. Novos nomes surgiram na cena política e os velhos personagens começam a entender questões óbvias. Privatizações e concessões deixaram de significar entrega de patrimônio público para a iniciativa privada e passaram a ser alternativas viáveis de redução de custos e de melhoria de serviços e opção para atacar os gargalos nacionais. Simplesmente porque não há outra fonte de recursos.
Mais do que políticos sérios, os brasileiros querem bons gestores, capazes de transformar impostos em resultados efetivos nas áreas da saúde, educação, criação de empregos e, principalmente, segurança, dentro do princípio da verdade absoluta, porque promessas vazias já não conquistam eleitores. A propósito, neste ponto, a Operação Lava-Jato e outros escândalos de corrupção estão servindo para deixar um bom legado na consciência da população.