Depois da indefinição que paralisou o Brasil, assume um novo governo. Em sua fala inicial, sinalizou prioridades corretas e propôs uma pauta pragmática e convergente, apostando no diálogo como saída para transpor as dificuldades decorrentes de inadiáveis reformas: a redução do tamanho do Estado, uma responsabilidade fiscal transparente, um regime de concessões e privatizações, uma diplomacia que fomente um comércio exterior alavancador do desenvolvimento, sem obtusas ideologias.
O novo governo terá que lidar com os efeitos da Lava-Jato, porque muito ainda precisa ser esclarecido. Também terá que restabelecer as relações com a Câmara de Deputados para que as reformas transitem de forma acelerada, conforme exige a realidade nacional. A sociedade brasileira verde amarela clama por mudanças que tragam um liberalismo empreendedor, gerador de renda e empregos. Quer o Estado indutor do desenvolvimento, livre das corporações e do patrimonialismo que se apoderaram do Brasil. É chegada a hora de dar um basta ao Estado distribuidor de gasolina e às empresas estatais deficitárias, mal administradas, sustentadas pela imensa carga tributária que pagamos.
Os movimentos que não representam o que a maioria da sociedade brasileira exige tentarão se opor a tudo, de forma sistemática, visando a recuperar o seu desgastado projeto de poder. As necessárias medidas amargas para que o Brasil transite para o futuro exigirão a contribuição de todos porque, lá na frente, todos ganharão.
Um novo governo, por si só, não efetivará as mudanças se a sociedade brasileira não estiver atenta, controlando e participando de forma ativa e determinada. Não se pode esquecer que o patrimonialismo clientelista inerente à nossa política e à governança pública aguarda as suas oportunidades e conveniências – a dita "governabilidade". A sociedade deve fazer a sua parte e, de forma atenta, acompanhar os desdobramentos das medidas adotadas, exigindo transparência e exercendo um amplo controle social. Também precisa valer-se das próximas eleições municipais para dar o recado de que está aprendendo a desempenhar a cidadania política. Assim, começaremos a mudar o modelo de governança que tanto tem penalizado a sociedade brasileira. Neste contexto, todos nós somos tanto vítimas, quanto culpados. É hora de deixarmos de ser culpados.
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