*Cobertura dos alunos da Feevale
Texto: Andrei Souza e Marina Staudt
Foto: Andrei Souza
Zero Hora trouxe na noite de segunda-feira (15) aos acadêmicos de Jornalismo da Universidade Feevale a palestra “Jornalismo transmídia em zonas de guerra e de catástrofe”, com o repórter e correspondente internacional Rodrigo Lopes. O evento faz parte do #ZHnaFaculdade que ocorre nas universidades do Estado, em comemoração ao aniversário do jornal.
Rodrigo iniciou a palestra contando um pouco de sua trajetória profissional que já dura mais de 20 anos. Comentou que antes de formado, trabalhou como office boy do Grupo RBS. Hoje ele é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em Ciência da Comunicação pela Unisinos, com especialização em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário e em Jornalismo Ambiental pelo International Institute for Journalism (Inwent, Berlim). Trabalha na Zero Hora como editor, repórter e colunista de assuntos internacionais, além de atuar como professor de Jornalismo na Fadergs, em Porto Alegre.
Como enviado especial, já fez mais de 30 coberturas no Exterior, entre elas as guerras do Líbano, da Líbia e no Iraque, o terremoto no Haiti e no Peru, as eleições de Barack Obama e Donald Trump, nos Estados Unidos e a tragédia com o avião da Chapecoense. No ano passado, esteve em Bagdá para a reportagem intitulada 7 dias na metrópole mais perigosa do mundo.
A viagem dos estudantes na plateia começou em Paris, logo após o Atentado de 2015. Rodrigo contou como foi presenciar cenas de tristeza e dor, apresentando também vídeos que gravou durante os dias de cobertura. Uma dica importante do jornalista é a utilização de fotos para gravar os detalhes dos acontecimentos, servindo de base para o texto que seria realizado depois.
O segundo relato foi sobre a reportagem especial “Bagdá, 7 dias na metrópole mais perigosa do mundo”. Rodrigo contou que foi uma das maiores reportagens que já realizou e destacou a dificuldade dessa cobertura, onde pela primeira vez, ele esteve realmente em uma zona de guerra, precisando de proteção de um guia local.
–Eu procuro colocar a emoção na minha maneira de fazer jornalismo. Eu gosto de mostrar o lado humano das pessoas. Conhecer quem vive naqueles lugares isolados ao lado das zonas de guerra e saber o que eles tem para contar – disse.
O repórter finalizou a palestra contando detalhes sobre a cobertura da tragédia com o avião da Chapecoense, no final do ano passado. Um acontecimento que chocou o Brasil e o mundo, também emocionou Rodrigo, que sentiu de perto o carinho e solidariedade do povo colombiano. Em Medelín, no local do acidente e no estádio onde ocorreu a homenagem dos torcedores do Atlético Nacional, os momentos de emoção foram intensos e, mesmo atuando profissionalmente, não conteve às lágrimas. Ao vivo para a Rádio Gaúcha, ele se emocionou fazendo a contagem dos degraus que os jogadores fariam até o gramado.
Encerrando a noite, os alunos de Jornalismo puderam fazer perguntas ao repórter, mediados pela professora Leticia Vieira. Em suas respostas, Rodrigo deu dicas para se tornar um bom profissional, ressaltando que ele tem que dominar as técnicas e se adaptar com os novos meios tecnológicos. Ressalta ainda que o diferencial é aprender um idioma diferente:
– A dica principal é ler muito e conversar com muitas pessoas. A melhor história pode estar do outro lado do mundo ou do outro lado da rua.
Rodrigo Lopes também falou com a equipe da AGECOM – Agência Experimental de Comunicação da Universidade Feevale sobre sua experiência palestrando para os acadêmicos e qual sua percepção sobre isso.
– Eu acho que durante muitos anos havia um grande vazio na comunicação entre os jornalistas de mercado, professores e estudante. A academia sempre esteve muito afastada do jornalista profissional e a gente com essa proposta da Zero Hora é de aproximar um pouco mais esses públicos. Porque no fundo a galera que está aqui vai ser a que vai estar trabalhando em grandes veículos de comunicação dentro de poucos anos. Então eu me energizo aqui com essa galera, eu acho muito legal. O que eu mais quero trazer para cá é entusiasmo pela profissão – disse.
Ele cita também que, sendo apaixonado pela profissão, a pessoa trabalha em qualquer mídia e consegue passar a credibilidade esperada pelo leitor. O campo no qual ele atua hoje foi motivado pela sua paixão por história, pois para ele testemunhar os acontecimentos e vivenciar aquela adrenalina ao vivo, é muito emocionante.
Confira o roteiro e como foi a cobertura de alunos durante os encontros #ZHnaFaculdade 2017:
Dia 9 - manhã e noite
UFRGS (Porto Alegre) - 10h30min - Ticiano Osório e Carlos Rollsing "Caderno DOC e a investigação jornalística em ZH"
ESPM (Porto Alegre) – Paulo Germano – "Jornalismo fora da curva e senso de humor na política"
UCPel / UFPel (Pelotas) – Raquel Saliba – "Jornalismo multimídia: as mudanças na produção de imagens em uma redação digital"
UCPel / UFPel (Pelotas) – Raquel Saliba - "A ousadia de experimentar formatos diferentes é o mais importante", diz editora ZH
Unifra (Santa Maria) – Rodrigo Müzell – "Cante a sua aldeia – como o conteúdo local pode ajudar a salvar o jornalismo"
UniRitter (Fapa-POA) – Debora Pradella – "Apps Colorado e Gremista: cinco tendências digitais na palma da mão"
Dia 10 - tarde e noite
UFSM (Santa Maria) – Rodrigo Müzell – "Cante a sua aldeia – como o conteúdo local pode ajudar a salvar o jornalismo"
Unipampa (São Borja) – Léo Gerchmann – "A América Latina na pauta jornalística"
Dia 11 - noite
Unicruz (Cruz Alta) – Jefferson Botega – "Todo jornalista é um profissional de imagem"
IPA (Porto Alegre) – Diego Araujo – "A cobertura esportiva em ZH"
Unifin (Porto Alegre) – Nilson Vargas – "Os desafios dos novos jornalistas no mercado em transformação"
Dia 15 - noite
Feevale (Novo Hamburgo) – Rodrigo Lopes – "Jornalismo transmídia em zonas de guerra e de catástrofe"
Dia 16 - noite
Univates (Lajeado) – Juliana Bublitz – "O jornalismo de dados na reportagem diária"
Dia 17 - tarde e noite
Unijuí (Ijuí) – Humberto Trezzi – "O jornalismo investigativo"
UFSM (Frederico Westphalen) – Ticiano Osório – "O caderno DOC e a edição de reportagens especiais"
Unisinos (São Leopoldo) – Nilson Vargas – "Os desafios dos novos jornalistas no mercado em transformação"
Unisinos (Porto Alegre) – Tulio Milman – "Multimídia e os novos parâmetros da comunicação"
PUCRS (Porto Alegre) – Carlos Etchichury e Adriana Irion – "A investigação jornalística: os bastidores do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS"
UniRitter (Porto Alegre) – Rosane de Oliveira – "Informação exclusiva e opinião no jornalismo político"
Dia 22 - noite
Ulbra (Canoas) – Nathalie Córdova – "Como ZH se tornou o veículo campeão em engajamento nas redes sociais brasileiras"
UCS (Caxias do Sul) – Diogo Olivier – "O desafio do jornalista multimídia"
Urcamp (Bagé) – Bruno Alencastro – "Fotojornalismo em tempos de convergência"
Dia 24 - noite
Fadergs (Porto Alegre) – Marta Sfredo – "O dia a dia do jornalismo econômico em um país em transformação"
Dia 31 - noite
FSG (Caxias do Sul) – Marta Gleich – "A investigação jornalística: os bastidores do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS"
Dia 8 de junho - noite
Unisc (Santa Cruz do Sul) – Dione Kuhn - "A cobertura política do Brasil em ZH"